Casa das Infusões: Dormir entre histórias, aromáticas e alvarinho

Casa das Infusões (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)
A mais recente aposta da Quinta de Soalheiro é uma homenagem à história da família e da região. A Casa das Infusões tem três quartos em forma de ode às ervas espontâneas que crescem no território, e onde não falta o conforto essencial a uma boa noite de sono.

A alfazema, a hortelã e a perpétua-roxa dão nome a cada um dos quartos da Casa das Infusões, a mais recente novidade da Quinta de Soalheiro em matéria de enoturismo (disponível para reserva a partir de 1 de agosto).

É uma pequena casa em pedra que parece saída de um conto de fadas. Desses em que há uma escada em caracol, um pequeno alpendre sobre a porta, o assobio dos pássaros à janela e uma mesinha de jardim em ferro que convida a tomar um chá (ou neste caso uma infusão) ao final da tarde.

“É uma casa de bonecas. Lembro-me de brincar aqui quando era criança”, diz Maria João Cerdeira, que ao lado do irmão, António Luís, conduz os desígnios do Soalheiro. Desta vez, os planos tomaram a forma de ode às ervas aromáticas que crescem espontaneamente no território, e que também produzem ali. “Na região temos cerca de 100 espécies de hortelã diferentes. Quando entramos na vinha cheira a hortelã”, conta Maria João.

 

No hall de entrada, a lúcia-lima é protagonista de um belo mural assinado pela artista melgacense Ondina, autora de outros pormenores deliciosos, como o mosaico de aromáticas secas em embelezam a grande mesa de jantar.

Mas a casa é também um espaço de homenagem à história da família e da região, desde sempre ligadas à agricultura e ao rio. “O meu avô era pescador e barqueiro, e acho importante as pessoas terem noção de onde viemos, conheceram a história do Soalheiro e também a de antigamente”, assume Maria João.

 

Numa das paredes, dá-se a conhecer três gerações daquela família. A começar pela bisavó Maria José, emigrante no Brasil e cuja arca que levou na viagem está entre as peças de decoração da casa, assim como a antiga secretária em madeira, onde António se debruçou nos seus tempos de estudante. Mas há mais o que faça voltar no tempo: os azulejos, o ranger do soalho, as maçãs a amadurecer num parapeito, a lareira em pedra, a antiga eira e o espigueiro no exterior, e até as janelas, que exigem força de braços para subirem, mas que também fazem parte do encanto.

O conforto não ficou perdido no meio das recordações. Esse departamento tem o cunho de Maria Palmira, a matriarca da família Cerdeira, que acomodou tudo ao pormenor, dos atoalhados e lençóis ao laço das almofadas.

 

Durante a estadia fica ainda o convite para uma visita às estufas de aromáticas (que funcionam como maternidade antes das ervas serem plantadas ao ar livre). E depois de uma boa noite de sono, ao pequeno-almoço (opcional), faz-se uma pequena prova de infusões, com queijos e compotas locais a acompanhar. Para último fica a infusão de hortelã verde, fresca e revigorante. Uma delícia, como aquela casa de bonecas.

Hóspedes voadores
No exterior da Casa das Infusões, Maria João colocou casinhas em madeira para os pássaros que ali queiram passar uma temporada. Têm direito a comida e água.

 

Casa das Infusões
Quinta de Soalheiro
Alvaredo, Melgaço
Tel.: 251416769
Web: soalheiro.com
Casa T3 a partir de 120 euros euros (estadia mínima de duas noites; pequeno-almoço opcional; inclui visita à quinta)




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