Crónica de Manuel Molinos: uma noite no trono

A vila que afinal é um castelo que resiste ao tempo e seduz os visitantes com uma atmosfera de realeza.

Para os mais seniores é uma espécie de máquina do tempo. Um regresso ao século XIX. Para os mais novos, é fantasia vivida fora das animações ou dos videojogos. É experienciar uma casa de bonecas, um palácio, um museu. Depende da imaginação. A casa está lá. Ou melhor, o castelo está lá. No Luso, vila portuguesa do município da Mealhada. Tem 122 anos e, no mínimo, vale a pena visitar. Pernoitar também não é nada mau. Embora pudesse ser melhor, tratando-se de um hotel classificado com quatro estrelas.

Hoje chama-se Hotel Vila Aurora, mantendo o nome de uma das últimas proprietárias do edifício centenário. Mas já foi conhecido como o Castelo dos Lacerdas, família do médico fundador do sanatório do Caramulo, que terá adquirido o edifício ao seu primeiro proprietário, Fernando Matoso dos Santos, então ministro dos Negócios da Fazenda, em 1903.

Graças Morais, a atual proprietária, sabe a história do castelo que comprou em 1986, parcialmente em ruínas. Recuperou-o e fez dele mais um conteúdo dos sites internacionais de viagens ou férias, projetando o edifício no estrangeiro. Hoje é muito procurado por franceses, ingleses e israelitas.

É o charme natural deste castelo cheio de história que conquista todos os visitantes.

 

 

 

Finalizado entre 1890 e 1900, o castelo é uma mistura da arquitetura românica e gótica. Um estilo medieval inspirado nos castelos senhoriais de Inglaterra. Por lá passaram personagens da elite monárquica. Não ficaram grandes registos do que se passou nesta casa fidalga. Ficou, sim, a sala do piano e a sala de jantar que Graça Morais garante serem originais.

É o charme natural do edifício que conquista os hóspedes. Sobretudo isso. Pelo exterior e pelo interior. Espaços que seduzem e que criam uma atmosfera de realeza. Basta entrar no espírito. É precisamente este encanto que minimiza alguns problemas de manutenção, sobretudo quando estamos perante um estabelecimento hoteleiro classificado com quatro estrelas.

É também um bom ponto de partida para outras atrações da vila. A rota fotográfica “Luso Antique” é mais uma viagem ao passado a não perder. Onze máquinas distribuídas pela vila mostram fotografias do Luso dos anos 20 e 40 junto aos locais onde os visitantes se encontram. Um projeto que tem dois anos e que segundo a autarquia tem despertado a atenção de outros municípios portugueses. E bem. É uma excelente ideia que enriquece o património histórico e cultural.




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