Na Rua da Bempostinha, houve em tempos uma mercearia com o mesmo nome. Pertencia ao senhor José Agostinho, funcionou cem anos e estava encerrada há dez, quando Carla Lopes e Nuno Awouters a descobriram este verão. Ela, designer, ele, fotógrafo, há muito que tinham o sonho de abrir um espaço que lhes permitisse dar soluções às suas preocupações ambientais. Onde a comunidade se sentisse em casa, os chás e infusões pudessem ser feitos à medida do cliente e as ervas aromáticas pesadas a granel.
A ideia estava, portanto, plantada. Era difícil defini-la. Ora vejamos: uma mercearia de ervas aromáticas, que as utiliza também nos petiscos servidos na sua cafetaria. Um espaço onde se encontram licores, especiarias, azeite, vinagre e até bagaço aromatizados. Uma casa com uma agenda cultural ativa, onde já se fez pintura, workshops de vinhos, exposições de gravura, e se ouviu um trio de jazz a tocar. Carla e Nuno ficaram com «Logradouro». «A definição assentava-nos que nem uma luva. Queremos ser um local da comunidade da terra», conta o fotógrafo.
E já o são. A doçaria vem praticamente da vizinhança: quer os bolos de Isabel Batata-Doce, do restaurante com o mesmo nome, quer as bolachas de amendoim, as areias e os scones de outros das proximidades. Os petiscos, como o salmão fumado com aneto e o queijo de cabra com poejos e doce de abóbora, são todos feitos pela casa. Até o café de grão Negrita, vendido na mercearia nos tempos do senhor Agostinho, é moído no Logradouro. Dos tempos antigos, ficam as paredes rústicas em rosa desbotado, o chão de mosaico, o mobiliário e o som do vinil. Verdade seja dita, charme não lhe falta.
LOGRADOURO
Rua da Bempostinha, 22 (Campo Mártires da Pátria)
Tel.: 934075275
Web: facebook.com/o.logradouro.
Das 10h00 às 23h00. Encerra domingo.