Flores decorativas, macramés e cerâmicas: três negócios nascidos na pandemia

O projeto Terracotta Flower Concept nasceu durante a pandemia, em Braga. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Adornar a casa com peças artesanais, macramés e retratos, arranjos de flores secas e peças de cerâmica com um propósito funcional e solidário é o coração destes negócios. Conheça as histórias deles aqui.

Sweet Home Portugal (todo o país)
Macramés e retratos feitos à mão

Adriana Saraiva já sabia fazer macramés quando decidiu criar a Sweet Home Portugal com a ajuda do namorado Alexandre, project manager no setor das telecomunicações, durante o primeiro confinamento. Confinada numa casa de campo em Leiria após um despedimento coletivo no restaurante em que trabalhava e resguardada por ser doente
crónica, cedo percebeu que podia rentabilizar as suas competências em gestão, a aptidão para os trabalhos manuais e o gosto pela decoração de interiores. Em junho, lançou uma loja online e conta nas redes sociais. “O macramé é uma arte manual muito antiga e que voltou a estar na moda”, diz a jovem de 25 anos, que aprendeu a entrançar manualmente as cordas 100% algodão com a ajuda de uma das irmãs.

“É um método de relaxamento e tranquilidade”. Além das peças maiores, que servem de adorno decorativo nas paredes ou como suspensão de prateleiras ou vasos de plantas de interior, por exemplo, faz macramés funcionais, como porta-livros e bases para copos, assim como peças por encomenda. Os retratos completam o negócio e são desenhados a partir de fotografias, à vista. AR

Apanhar lixo dá desconto
A jovem, que recolhe troncos na praia para compor os macramés, lançou a iniciativa #SHPraiaLimpa, no Instagram, em que dá 10% de desconto a quem apanhar lixo nas praias e identificar a marca nas redes sociais. A ideia é incentivar comportamentos mais ecológicos.


Terracotta Flower Studio (todo o país)
Um jardim de flores preservadas

A Terracotta Flower Studio nasceu da necessidade de Tiago e Bruno se reinventarem. Fotógrafos de casamentos, viram-se obrigados a arranjar alternativa à profissão que “parou por completo” com a pandemia. De umas férias de verão passadas no Alentejo veio a ideia de abrir uma loja de flores secas e preservadas, no centro de Braga. “A inspiração veio da vegetação seca que encontrámos nessa zona do país, e pelo que tínhamos conhecimento, não havia nenhum sítio em Braga com esse tipo de artigo”, explica Tiago. A maior parte das flores chega da Holanda, mas também se vêem algumas penduradas pela loja a secar naturalmente. No seu “pequeno jardim”, como lhe chamam, encontram-se arranjos em vasos e cestos, ramos e cúpulas florais, criadas pela dupla, para oferecer ou complementar a decoração lá de casa, e também flores a molho para combinar a gosto. A Terracotta Flower Studio faz entregas gratuitas em todo o distrito de Braga e envia pelo correio para o resto do país. AC

(Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)


Reshape Ceramics (todo o país)
Cerâmica que ajuda

A descoberta de uma olaria dentro do estabelecimento prisional de Caxias foi o momento-chave para o processo de criação da Reshape Ceramics, dentro da Associação de Proteção e Apoio ao Condenado (APAC), conta Duarte Fonseca, seu diretor. O projeto apoia reclusos e ex-reclusos a integrarem-se na sociedade, recorrendo à arte da olaria, que “tem muito para nos oferecer”, acredita Duarte. Seja pela manualidade quase terapêutica do processo, como pela rotina e pelos imprevistos que surgem na produção.

Após formação, e orientados por uma pessoa que faz o design do produto, quatro artesãos começaram a pôr mãos à obra dentro da oficina do estabelecimento prisional – temporariamente encerrada -, e fora, num atelier, que dá trabalho a dois ex-reclusos. As peças da atual coleção Timeless variam entre pratos, copos, chávenas, caixas e taças.
Tudo “muito virado para a mesa, porque é à mesa que falamos e criamos relações” e era vontade da associação pôr a conversa sobre as prisões em cima da mesa e, aos poucos, “conseguir desestigmatizar estes assuntos”. ALS

 

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