A proximidade com o Estádio de Alvalade podia ter servido de influência à escolha do nome e da cor dominante da novíssima Verde Mar. Mas Tiago Jesus, responsável de comunicação, apressa-se a desmentir essa ideia. “Já nos perguntaram isso. Mas não, não temos clube: o mar também tem um tom verde, é mais por essa razão.” A verdade, porém, é que seja pelo nome ou pela proximidade com a casa do Sporting Clube de Portugal os adeptos do dito não se têm feito rogados em dias de jogo. Compreende-se; mesmo fora do horário típico das refeições existe à disposição dos clientes uma generosa carta de petiscos — pregos, bifanas, saladinhas diversas –, marisco ao peso e, para acompanhar, cerveja sempre fresca, vinda de duas cubas suspensas que se destacam logo à entrada.
“Quisemos recriar o conceito de cervejaria-marisqueira tradicional, clássica, mas com um pouco mais de conforto”, explica Tiago. Recriar conceitos tradicionais não é uma estreia para o grupo que detém este negócio — a quem também pertence a cadeia de cafetarias Leitaria Lisboa. A aposta numa zona pouco habituada a ver nascer novos restaurantes justifica-se, segundo o mesmo responsável, precisamente por essa característica: “É uma zona muito residencial, estamos junto à Quinta do Lambert, vive aqui muita gente, e não existe nada com oferta de qualidade.”
As janelas em escotilha, à esquerda, parecem propositadas tendo em conta o conceito de marisqueira mas já faziam parte do espaço, que nada tinha a ver com restauração: era uma loja de tintas fechada há já vários anos. (fotografia: Tiago Pais)
E o que encontra quem entra nesta Verde Mar? Para começar, uma pequena esplanada com 26 lugares, que se tornará, certamente, mais apetecível assim o tempo volte a aquecer. Depois, à entrada, uma pequena montra de marisco que aqui é sobretudo nacional, com as exceções moçambicanas do costume. Há duas salas, ambas decoradas em tons de verde e branco — a vizinhança sportinguista, decerto, aprovará a escolha: na do piso térreo cabem cerca de 40 pessoas e na da cave mais 24.
É também nessa cave que se esconde um dos trunfos que a Verde Mar guarda para jogar todas as quartas e sábados: dois fornos especialmente pensados para assar leitões à moda da Bairrada, inteiros, no espeto. “Fazemos tudo aqui, temperamos à nossa maneira e fazemos um molho especial. Por encomenda também podemos assar leitão noutros dias”, adianta Tiago Jesus. No entanto, a ementa oferece muito por onde escolher a qualquer dia da semana: para começar, aos almoços há pratos do dia a um preço simpático, abaixo dos 10€ por pessoa. Depois, ao jantar, há outras opções: peixe grelhado, arrozes, cataplanas, paelha, açorda de marisco, polvo e bacalhau à lagareiro, bifes e bitoques da vazia ou do lombo, picanha, maminha… E, claro está, o marisco. “Queremos que esta seja uma casa onde se ouve o barulho dos martelos a partir as cascas”, confessa Tiago.
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