Todos os caminhos vão dar à burrata nesta nova casa do Chiado

Todos os caminhos vão dar à burrata nesta nova casa do Chiado
That Burrata Place.
“Todos os caminhos vão dar a Roma”, mas neste caso quem sobe o elevador do hotel Le Consulat, no Chiado, vai dar ao That Burrata Place, um restaurante onde (quase) todos os pratos incluem este queijo italiano.

Das teorias que versam sobre a origem da burrata, a mais convincente parece ser a de um intenso nevão que se abateu sobre a região de Puglia, em Itália, em 1956. Com várias cidades e estradas cobertas de metros de neve durante duas semanas, em Andria, uma cidade isolada no centro-sul do país, um italiano ter-se-á lembrado de fazer queijo recheado de manteiga e stracciatella (queijo mozarella desfiado) para aproveitar as sobras da produção de mozzarella e suprir a falta de produtos. Como as trouxas desse queijo eram fáceis de transportar, a original criação espalhou-se e assim terá nascido a burrata di Andria, como ficou conhecida.

Quase 65 anos depois, com o país trancado em casa devido não a uma intempérie, mas ao primeiro confinamento, Frederico Horta e Costa, Marie Blot Guerend e a sua mãe, Valerie, juntaram-se para criar um novo negócio, à base de um alimento “leve”, e que aproveitasse o espaço de 150 metros quadrados do bar do hotel Le Consulat (aberto em 2017 na antiga embaixada do Brasil, na Praça Luís de Camões). Abria, então, “o primeiro restaurante focado em burrata na Europa”, segundo afirma Frederico, formado em hotelaria. Para dar forma ao conceito, recrutaram o chef de cozinha Luís Fernandez, com 22 anos de carreira, natural de Salamanca e com costela portuguesa do lado do pai.

Quase todos os pratos do espaço levam burrata. (Fotos: Luís Carvalhal)

Tártaros, pastas, risotos, saladas e hambúrgueres cabem na carta do That Burrata Place.

“O facto de ter trabalhado muito a gastronomia italiana em Barcelona cultivou-me o gosto pela cozinha mediterrânica, por isso gosto de juntar influências de Itália, Espanha e Portugal. Além disso, identifiquei-me muito com o projeto, podendo pegar numa proteína como esta e transformá-la num ex-líbris. Tive de estudar muito sobre como texturizar a burrata, que no fundo parece uma esferificação. Por fora tem uma película mais grossa e por dentro a nata amanteigada, a stracciatella”, explica à Evasões. A burrata que utilizam é feita em Portugal com leite italiano DOP. Descobertas e afinadas as técnicas, Fernandez e a equipa elaboraram uma carta com entradas, massas e risotos, tártaros e tatakis, hambúrgueres e sobremesas.

Como aperitivos e entradas há, por exemplo, espetada de “gambas” com espuma de burrata e sweet chilli, lima e sementes de papoila, tábuas de enchidos italianos com burrata e saladas. Os tártaros são de salmão, atum e novilho e também há pastas, risotos e burrata burgers. Mas uma das mais interessantes criações do chef é o tataki de novilho com burrata braseada, creme de funcho, molho vietnamita e crocante de ervilhas wasabi. “Nunca tinha experimentado fazer burrata com aromas asiáticos”, diz Luís.

O espaço fica situado no hotel Le Consulat.

Além da carta regular, o espaço tem várias tapas e “pairings” entre petiscos e cocktails da autoria do barman Gonçalo Rodrigo, como o ovo a baixa temperatura e bloody mary com rodela de ventricina (salame picante italiano da Sicília).

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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