Foi um pouco “por casualidade” que Henrique Sá Pessoa (com duas estrelas Michelin no Alma, em Lisboa) se tornou chef dos restaurantes Vinha Boutique Hotel. A unidade hoteleira, um refúgio de luxo em Oliveira do Douro, sobranceiro ao rio, é um projeto do casal Miguel Archer Pulido, diretor-geral, e Joana Poças, arquiteta responsável pela reabilitação desta quinta do século XVI.
“O pai do Miguel esteve na Guerra do Ultramar com o meu e ficaram amigos desde então. O meu pai dizia que gostava muito que eu os conhecesse porque tinham um projeto e queriam falar comigo”, conta o chef. Quando teve disponibilidade, foi conhecer o espaço e aceitou o desafio. “É realmente um projeto muito especial, com detalhes que fazem a diferença. Na experiência da restauração e na hotelaria é raro hoje em dia irmos a um sítio onde sentimos que os pormenores são pensados, porque é tudo muito corporativo”, diz Sá Pessoa.
Primeiro, o chef tomou conta do Vinha, restaurante de alta gastronomia com pretensões a estrela Michelin. Recentemente, desenhou a carta do Terroir Brasserie, um “restaurante mais versátil, que serve almoços e jantares em ambiente descontraído e que permite estar na esplanada a beber um copo e a comer um snack”, conta.
Entre a comida de conforto casual, existem várias referências nacionais e algumas internacionais. E muitas das sugestões são para partilhar, como as amêijoas à Bulhão Pato, a salada de polvo, os peixinhos da horta com molho tártaro, a salada de burrata, pesto, nozes e figos secos ou o ovo a baixa temperatura, com batatas, cogumelos e presunto.
Nos pratos principais, há um clássico do chef, o seu bacalhau à Brás, além de cachaço de porco, spaghetti ao alho com gambas ou entrecôte, servido com batata e manteiga perfumada com limão e salsa. Tudo para saborear numa sala decorada por Joana Poças em tons ocres e azuis, repleta de objetos que a arquiteta foi juntando nas suas viagens e que remetem para outras latitudes.
Longitude : -8.2245