Comida tradicional portuguesa, caseira, acessível e sem invenções chega às mesas do restaurante Nun’Álvares, na Rua Guedes de Azevedo, desde 1994. Foi há quase 30 anos que Alexandre Fernandes ficou à frente do espaço, onde funcionou um café com o mesmo nome, desde a década de 1970. Atualmente, o restaurante é muito procurado pelo prato do dia, servido das 12 às 15.30 horas, de segunda a sexta. Custa à volta de 8 euros e atrai sobretudo os trabalhadores dos serviços instalados na zona da Trindade e nas redondezas, conta o proprietário, já com uma vasta experiência na área, adquirida, sobretudo, de modo empírico.
O transmontano, natural de Vinhais, recorda que foi “criado na aldeia, numa casa de lavoura”, e que esteve sempre atento à maneira como se faziam as coisas. “A primeira vez que fiz sopa lembrei-me de como a minha mãe fazia, e ficou espetacular”, garante o autodidata, cujo gosto por cozinha acabou por se desenvolver na tropa, de onde guarda um “caso caricato”. “Estava na Póvoa de Varzim, na Manutenção Militar, a tirar a especialidade em cozinha. Davam-nos aulas e depois tínhamos que executar.” Certo dia, teve de preparar um bacalhau à Gomes de Sá, o qual não levou a cebola, porque Alexandre a foi petiscando crua com sal durante a confeção do prato. Omissão que acabou por não se fazer sentir, resultando em elogios por parte do formador.
Já regressado da tropa, nos anos 70, passou pela cozinha de uma casa de pasto na Rua de Cimo de Vila, no Porto, e com os seus quatro irmãos transformou o café Pax, no Marquês, em restaurante. “Havia clientes que diziam que iam à Cunha do Marquês por causa dos filetes de pescada”, conta a sorrir. Apesar do à-vontade com que se vira entre tachos, atualmente é Maria Elídia, sua mulher, que se ocupa da preparação do arroz de pato, massa à lavrador, vitela assada, bifinhos de picanha ou de peru, filetes de pescada com salada russa e corvina grelhada com molho manteiga, entre os pratos do dia. À carta, as opções multiplicam-se.
Há bacalhau e pescada confecionados de várias maneiras, francesinha, bifes variados, carne de porco à alentejana, tornedó com cogumelos e miminhos à moda da casa, um “prato de excelência pela qualidade”. Trás-os-Montes também se serve à mesa, em forma de alheiras, linguiça, presunto, milhos, carne de porco bísaro e casulas com butelo, geralmente em fevereiro. Nos doces, pode-se esperar propostas clássicas como arroz doce, leite creme, maçã assada, mousse de chocolate e fruta.
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