O bairro operário e piscatório dá-lhe o contexto necessário, a nova decoração (com cardumes e peixes na parede e imagens da faina setubalense no século XX) torna-a moderna e confortável e a sala cheia a um almoço de dia de semana confirma que a marisqueira Pinga Amor, apesar de estar longe do centro da cidade, no bairro Santos Nicolau, é uma das favoritas dos setubalenses e não só.
Quem o diz é Elisabete Santos, de 46 anos e responsável por esta casa aberta há 33. A iniciativa foi dos pais, que após terem regressado do estrangeiro compraram um café no bairro. No início serviam apenas sandes de entremeada e choco frito, entre outros acepipes, e de cada vez que a velha máquina registadora se abria e fechava com aquele “pim” caraterístico, a mãe de Elisabete dizia “pinga [dinheiro], amor!”.
A expressão inspirou o nome, e aos poucos foram sendo introduzidas refeições até apostarem no marisco. Quem ali entra confirma a aposta tanto a olhar para a montra dele logo à entrada, como para a carta. Há amêijoas à Bulhão Pato, camarão cozido, camarão ao alho, santola recheada e respetivas patas e gambas ao alho. Da cozinha saem também pimentos recheados com sapateira, como entrada, e arroz de lingueirão, como especialidade nos pratos principais.
Quem preferir pedir uma dose para dividir tem sempre a tábua de marisco, composta por lambujinha (pequeno bivalve da família das amêijoas), camarão ao alho, camarão cozido e 500 a 600 gramas de sapateira. Nos imperdíveis contam-se igualmente o prato de choco frito com batata frita e salada e as ovas de peixe-espada fritas ou grelhadas, e também há propostas de carne, como em qualquer boa marisqueira.
Garrafeira decorada
As imagens antigas, iluminadas na parede ao fundo, servem de cenário à garrafeira, composta por referências da Península de Setúbal, Douro e Alentejo.
Longitude : -8.2245