Pastelaria mais ou menos tradicional, com o toque da chef pasteleira Maria Ramos, e café de especialidade: é neste duo de homenagem às pastelarias tradicionais de Lisboa que assenta a principal oferta da Pastelaria, o espaço do Bairro Alto Hotel aberto a hóspedes e a passantes onde os doces e salgados são apresentados dentro de uma gaveta protegida por uma vitrine, como se de joias se tratasse.
As novidades, introduzidas no início de março, são salgadas e doces. Na primeira categoria há agora uma bôla de papada de porco fumada (curada num fumeiro tradicional, a lenha, na Sertã), coberta de sementes de sésamo, cominhos e flor de sal. Nos doces, os clientes encontram um novo bun de chocolate, um brioche de baunilha e framboesa e um pão-de-ló em miniatura “de comer à colher”.
Em comum têm o facto de as receitas terem pouco açúcar, à razão de menos 30% daquele que é convencionalmente colocado nos bolos. “A nossa pastelaria foi pensada para não ser muito doce, por isso procurámos que o açúcar fosse equilibrado, até na receita do pastel de nata de comer à colher, à qual adicionámos aromáticos como limão, laranja, canela e baunilha”, diz Maria Ramos.
E há outros segredos que também fazem a diferença no resultado final: a massa do jesuíta, por exemplo, só é recheada depois de cozida, com o doce de ovo terminado com amêndoa, azeite e creme fraîche “para não ficar tão enjoativo”. Rolo de canela e mel, jesuíta, pastel de nata, pão de Deus, banana bread e empada de frango em vinha d’alhos completam as opções na vitrine.
Aposta no café de especialidade
Inserido no segmento de luxo informal, após a sua grande remodelação e ampliação, o Bairro Alto Hotel decidiu elevar a qualidade do café que servia aos clientes, apostando por isso no café de especialidade. “Entendemos que só assim estaríamos alinhados com a qualidade da nossa gastronomia e vinhos”, explica Miguel Inácio, diretor de comidas e bebidas da unidade de cinco estrelas.
Trata-se de um café 100% arábica – o outro tipo de café, a par do robusta -, que tem menos 30% de cafeína face aos cafés correntes, explica Paulo Pinho, da The Royal Rawness. E o que o robusta, presente na maioria dos lotes de café comerciais, tem em amargor, o arábica tem em acidez e doçura. A torra, pesagem e modos de extração do café procuram alcançar o balanço entre cremosidade, acidez e corpo.
Presente desde 2019 em todos os espaços – à exceção dos quartos e suítes, equipadas com máquinas de café de cápsulas -, o café de especialidade é fornecido pela The Royal Rawness, torrador que se estabeleceu, há três anos, no Hub Criativo do Beato, em Marvila. A vantagem do hotel, elogia Paulo Pinho, é ter o seu próprio blend.
O blend – Brasil, Honduras e Tanzânia – foi obtido após “três meses a escolher lotes, grãos e a ajustar todos os níveis”, revela Miguel Inácio, e chega ao hotel após uma torra média, que lhe dá notas de chocolate negro, frutos vermelhos e caramelo. Ao ser versátil, adapta-se quer à máquina de expressos italiana La Marzocco, quer aos outros métodos de extração, como a french press, extração a frio, chemex e V60.
No menu da Pastelaria há expressos, lattes, flavoured lattes, cappuccino, expresso macchiato e flat white, entre outras bebidas cafeinadas. A tempo da primavera, foram introduzidas três novas opções frias: o flavoured latte (café e leite vaporizado), o expresso com panna (café coberto com chantilly) e o blended iced latte (mistura de café gelado, leite e gelo). A quarta bebida, fresca, é uma limonada de framboesa, yuzu e hortelã.
Pastelaria
Rua do Alecrim, 129 (Chiado)
Tel.: 213408253
Web: bairroaltohotel.com
Das 10h às 19h. Não encerra.