Pão-de-Ló de Fornelos, em Fafe: o segredo é a qualidade dos ingredientes

Pão-de-ló de Fornelos (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
Antigamente, era cozido apenas nos períodos de festas e romarias, não era um negócio, era um biscate que permitia ganhar mais algum

A família de César Freitas faz pão-de-ló há quatro gerações. “Apesar de agora sermos conhecidos pelo nome da freguesia [Fornelos], a minha bisavó começou em Arões, pelos anos vinte do século passado, não sabemos bem a data porque não ficaram registos”, conta. Foi o avô de César que trouxe o negócio, primeiro para São Vicente de Paços e depois para o lugar onde estão agora, em Fornelos, na segunda saída da via rápida para quem vem de Guimarães para Fafe.

O fabrico só ganhou contornos profissionais com o pai de César, até aí produziam apenas para as festas. “O meu avô teve três filhas que o ajudavam, nunca teve empregados”. Atualmente, apesar de preservar os métodos tradicionais, tais como os fornos a lenha, a Doçaria de Fornelos é uma indústria que dá emprego permanente a 12 pessoas e que chega a ter mais de 20, no Natal, Páscoa e no pico do verão.

A produção aumenta em épocas festivas (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

Na semana da Páscoa, para confecionar os milhares de quilos de pão-de-ló que já estão encomendados, César espera gastar 21 mil dúzias de ovos. Em Fafe e nos territórios à volta, até Braga e ao Porto, o pão de ló desta casa criou uma categoria só para si: o Pão-de-Ló de Fornelos. “É um bolo muito simples, só leva três ingredientes: ovos, açúcar e farinha. O segredo é a qualidade dos produtos”, garante César.

A produção diária, em época baixa, ronda os 55 quilos diários, mas em semanas festivas pode chegar aos 1100. “Vendemos quase tudo aqui ao balcão”, refere. Os revendedores procuram preços “impossíveis de praticar se queremos manter a qualidade”. César dá o exemplo dos ovos, “há um ano comprava-os a 1,4 euros, agora estou a pagá-los a quatro e nós só aproveitamos a gema, mas a única forma de ter um pão de ló de qualidade é com bons ovos.”

Docinhos de Fornelos
O nome da iguaria é Doce de Gema, mas quem se quiser fazer entender num restaurante da região, ao pedir a sobremesa, é melhor dizer que pretende Docinhos de Fornelos. Como no caso do pão de ló, a família Freitas criou uma divisão à parte para a sua interpretação deste doce típico das romarias do norte de Portugal (em alguns locais é conhecido como doce de romaria). São amarelos e fofos porque confecionados apenas com gemas e consistentes porque levam calda por cima e por baixo.

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Morada
Av. de Santa Comba, 271, Fafe
Telefone
253 599 011
Horário
Das 8h00 às 19h30. Domingo das 9h00 às 18h00. Não encerra.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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