Maçãs, laranjas e pêras enchem os cestos dispostos à entrada do Open Kitchen, na rua do Almada. São alguns dos frutos que ali chegam de pequenos produtores de todo o país, na sua maioria biológicos. O mesmo acontece com o que se encontra nas prateleiras desta pequena mercearia. Há lugar para azeite de Portalegre, algas de Ílhavo, patés de Corroios, alheiras de Mirandela, queijo de Azeitão, infusões e especiarias de Chaves e até ginja conventual do Alentejo.
A completar a oferta está uma seleção de vinhos muito particular. «Só monovarietais, para que as pessoas consigam perceber o sabor de cada casta», explica Miguel Almeida, o mentor do projeto, que além de mercearia é também uma espécie de sala de provas do que ali se vende. É que, atrás do balcão, Miguel prepara alguns petiscos com os produtos da loja, e ainda tábuas de queijos e enchidos, para picar a qualquer hora do dia.
«Todos os homens da família tinham o gosto pela cozinha»
Já ao almoço, a carta conta com sugestões mais robustas, como o creme de courgete e beterraba ou o prato de alheira, cogumelos, batata-doce e abóbora no forno. Para acompanhar há vinho a copo – monocasta recorde-se -, pelo que num dia se prova tinta roriz e no outro syrah, por exemplo.
Pendurada numa das paredes está uma moldura com o alvará da antiga mercearia que o bisavô de Miguel abriu na cidade em 1938, e onde também se faziam petiscos, à boa moda de uma taberna. É, portanto, um ofício que lhe corre no sangue. «Todos os homens da família tinham o gosto pela cozinha», conta.
No ano passado, Miguel Almeida decidiu seguir a vocação e trocar a carreira na área de marketing para fazer um curso de cozinha na Escola de Hotelaria do Porto. Em dezembro seguiu as pisadas do antepassado e fez nascer o Open Kitchen, num recatado edifício em pedra rústica, onde guarda a memória daquela antiga taberna.
Antiguidades
Da taberna do bisavô também vieram algumas peças antigas, como a mesinha de madeira à entrada, onde se provam os petiscos, e uma antiga balança em latão.
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