Há tempos considerado “o melhor italiano de Lisboa” pelo programa de televisão Little Big Italy – em que Francesco Panella, dono de vários restaurantes, procura os melhores espaços italianos pelo mundo fora -, o Il Matriciano mantém-se um bastião da gastronomia italiana, estando aberto em São Bento há oito anos, pelas mãos do romano Alessandro Lagana e da sua mulher, Stefania Carpoca, que é também sommelier.
A primavera-verão motivou alterações na esplanada em socalcos, virada para o Parlamento, onde muitas cadeiras dão lugar a confortáveis sofás e poltronas em pele e há recantos dignos de um postal de Roma. A mesma linha de decoração e mobiliário aplica-se às várias salas interiores, intimistas, quase o interior de uma casa familiar. E é da agitada cozinha, cuja equipa é toda italiana, que saem os pratos emblemáticos do Il Matriciano.
Fala-se, claro está, de “sua maestá la carbonara”, feita com massa mezze machine, bochecha de porco e queijo pecorino romano e pimenta preta; e da massa matriciana, feita com tonnarelli, molho de tomate, bochecha de porco e piri-piri. Nas entradas, são muito pedidos o tártaro de carne com queijo parmigiano e bochecha de porco e a tarte de batata com mortadela de Bolonha, pistachio e fondue de parmesão.
“Todos os produtos vêm de Itália” – atira Alessandro, que viaja para os ir buscar todas as semanas – “desde o queijo parmigiano às alcachofras, trufa, tomate e os vinhos, que temos em maior número que os vinhos portugueses”. Confesso “apaixonado por cozinha”, diz que a sua vida mantém o movimento pendular entre Abruzzo, no centro de Itália, a sua despensa, e Lisboa, para onde se mudou com a família há oito anos, pensado vir por apenas seis meses.
Entre a conversa e um bom vinho deita-se um olho à carta do Il Matriciano, apresentada nos individuais de mesa, e que agora tem novos pratos de verão. São eles a costeleta de vitela panada com batatas assadas; o tagliolini com gambas e tomate datterini; e o polvo “zangado” com molho de tomate e piri-piri com um pão fino e estaladiço típico da Sardenha. A trufa de verão é por estes dias utilizada para rematar alguns dos pratos.
Nas traseiras do mesmo edifício do Il Matriciano, com entrada pela Rua de São Bento, funciona a pizeria Sora Lella, com pizas “alla pala romana”, que o casal abriu há três anos e acabou de renovar, no pós-pandemia. O ambiente interior mimetiza o da casa-mãe, mas a carta é diferente, com enfoque nas pizas romanas (de massa fina e estaladiça), lasanhas e saladas, confecionados na cozinha partilhada por ambos os restaurantes.
Mais recente é a pizaria Anema & Core, aberta há pouco mais de um ano na Rua Correia Teles, em Campo de Ourique. Neste pequeno espaço, a massa com que são feitas as pizas é composta por farinha “00 italiana” e fica a fermentar lentamente, durante 48h, explica Alessandro. No final, as pizas são cozidas num forno a lenha. Além das pizas napolitanas (com ou sem base de tomate, mas sempre com rebordo alto e fofo), vale a pena provar a burrata com presunto de Parma, a focaccia e, para terminar, o babba (babá au rum), ou o tiramisú.
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