Quem passar, atento às vitrinas, pela Avenida Santa Joana, em Aveiro, vai deparar-se com um cozinheiro a preparar massa fresca. A janela da montra que dá para a cozinha de Il Libertino é uma espécie de chamariz deste restaurante italiano aberto no último verão. Esta é a mais recente aposta do grupo Salpoente, que detém um espaço homónimo, no antigo Cais de São Roque, dedicado aos pratos de mar, principalmente de bacalhau, e o Clandestino, onde se serve comida mais descontraída como pizas, hambúrgueres, pregos ou francesinhas.
“Tudo começou por iniciativa do meu pai [falecido em setembro passado], que sempre quis ter um restaurante italiano em Aveiro”, conta David Sabino, filho de Rene, empresário que veio da Venezuela e se tornou um dos investidores da área restauração com mais sucesso na cidade. “Sempre houve, em Aveiro, uma certa associação de restaurantes italianos a pizarias, mas o meu pai estava habituado a outro tipo”, conta. Em Caracas, capital venezuelana, já tinha um restaurante do género, o Dolce Vita. E foi o chef daquele – Rosmel Mendez – que preparou a carta do novo espaço.
O foco de Il Libertino é, assim, a massa fresca. “Todas são produzidas no restaurante e estamos a desenvolver a nossa própria marca, Di Sabino, para vender para fora e que irá também ter massa seca, até porque o prazo de validade da massa fresca é mais curto”, refere David. A marca será lançada até ao final do ano e estará à venda no próprio restaurante.
Para já, só nas mesas de Il Libertino é possível provar a massa. E a escolha é diversificada. Não esquecendo alguns pratos incontornáveis como a carbonara, a lasanha ou o ossobuco, David Sabino tratou de criar outros menos convencionais. “A origem dos produtos é italiana, mas não se pretende propriamente seguir as regras da cozinha tradicional. Tentamos reinventar de uma maneira mais moderna”, diz o chef.
Entre as propostas fora da caixa inclui-se o ravióli bianco e negro (ravióli recheado com ricota defumada, espinafre, acelga e noz-moscada, com molho branco, crumble de tomate e nozes tostadas) ou o risotto alla mella verde e salmone (arroz arbóreo cremoso, com cubos de salmão, maçã verde e raspas de limão).
Um prato que também está a ter sucesso é o fettuccine a la ruota, em que a pasta é misturada, ainda quente, diretamente numa roda de queijo grana padano. “Os clientes têm curiosidade e gostam de filmar o processo”, diz. Nas sobremesas, além dos tradicioais tiramisu ou panacota de frutos vermelhos, David Sabino propõe uma panacota de pastel de nata. Para acompanhar, há cerca de duas dezenas de vinhos italianos, entre brancos, tintos, rosés e proseccos. O restaurante dispõe ainda de uma carta de cocktails, à base de bebidas italianas, como o amaretto, o limoncello ou o Martini. A sangria, tinta ou branca, é feita com o espumante lambrusco, a condizer com o resto.
Longitude : -8.2245