O Mundo à mesa no novo restaurante do Porto

A fusão de cozinhas do chef João Lameiras tem uma nova casa que é, ao mesmo tempo, um restaurante e um bar.

A propósito de reencontros felizes, é costume dizer-se que o mundo é pequeno. E no novo restaurante da baixa do Porto, apropriadamente chamado Mundo, o reencontro é um bom augúrio. João Lameiras é o chef consultor do espaço imaginado por José Ribeiro e Carlos Bravo, ficando assim reunida a equipa responsável pelas experiências bem-sucedidas na Casa de Pasto da Palmeira e no LSD. Na carta, há um mundo por descobrir, de forma imprevisível e inesperada, como é hábito do chef.

O Mundo é o resultado de um ano e meio de trabalho no espaço da rua da Picaria e que abriu as portas na passada terça-feira, 11 de julho. O convite ao chef, mais recentemente focado nos seus projetos próprios RO e Bacalhau, surgiu «de forma natural». «Já nos conhecemos bem e este é um tipo de conceito e de comida em que me sinto bem a trabalhar», explica João Lameiras.

«A ideia passa por separar os dois espaços, entre restaurante e bar, mas fazê-los interagir ao longo da noite», explica Carlos Bravo

Nas paredes da sala, as pinturas em graffiti refletem a multiculturalidade do espaço através de retratos femininos que representam cada um dos continentes. Na carta, a divisão geográfica não existe e muito menos se encontram pratos típicos deste ou daquele país. A fusão surge assim no seu estado mais puro, onde «as influências se misturam e se combinam entre diferentes técnicas, sabores e ingredientes», esclarece o chef.

O tataki de presa de porco ibérico chega à mesa com foie gras, arroz frito e nori, numa mistura de influências japonesas e ibéricas. A moqueca de corvina e camarão leva-nos a outros destinos, embora João confesse que é à Ásia, América do Sul e Europa onde vai buscar grande parte da inspiração. A ementa é extensa, tem mais de 30 escolhas e divide-se em quatro mundos: o frio, com opções frescas; para comer à mão; o mundo maior, com pratos mais substanciais; e o doce, composto pelas inevitáveis sobremesas.

A moqueca de corvina e camarão com banana frita, caju e folha de arroz. (Foto de Igor Martins /GI)

Quem entra, faz uma pequena paragem pelo bar. O Mundo está, também ele, dividido. O propósito é simples: «A ideia passa por separar os dois espaços, entre restaurante e bar, mas fazê-los interagir ao longo da noite». Carlos Bravo, um dos sócios do projeto, quis replicar no Mundo o que já se faz fora do país, fortalecendo a componente de bar. A música não vai servir apenas para compor o ambiente. Logo a partir da abertura de portas, os ritmos de uma house suave vão impor-se num volume mais elevado do que o habitual e, todos os dias, um DJ irá subir à cabine discreta com vista para a sala.

A visita ao Mundo não obriga a uma refeição mais demorada. No bar, onde se servem cocktails e vinhos, existe também uma pequena e resumida versão da carta do restaurante, mais propícia aos petiscos.

O edifício que serviu, em tempos, como entreposto comercial, foi totalmente remodelado, mas manteve um «traço industrial» com ar inacabado, mais «puro e duro», explica Carlos. O metal é o material que sobressai na decoração, com as madeiras do mobiliário a emprestarem o devido lado rústico. No teto, três volumosos e pesados candeeiros, que iluminam os quase 60 lugares, distribuídos entre mesas individuais e duas comunitárias.

Para já, o Mundo vai privilegiar o período noturno, já que irá abrir apenas ao horário de jantar. A partir das 18h00 e até às 02h00 ao fim de semana, a música sobe de volume e anima o novo ponto de encontro da baixa. Para dar com ele, basta ir de encontro à batida que se ouve da rua. E, depois, provar o Mundo, às mãos do chef João Lameiras.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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