Mais um caso de restaurante matricial que começou como venda e depois se fez restaurante, nesta caso nos altos de Ponte de Lima, junto à estrada. Terra de Loureiro, como se sabe, casta muito especial que adora desafios gordurentos e proteicos, está quase a cumprir oitenta anos de existência cumprindo a mesma missão. Fundada em 1941 como mercearia pelo senhor Afonso, em 1997 passou a Taberna do Afonso por iniciativa dos atuais proprietários Álvaro Gonçalves e sua mulher Hélia.
Soube crescer e ir-se renovando, em resposta às solicitações modernas. Cresceu e ganhou novas instalações. A região é mais de cozidos e sarrabulhos, mas neste pequeno bastião o bacalhau é rei. Pela localização próxima da estrada e pela facilidade de estacionamento, são muitos os passantes portugueses e espanhóis que vêm em busca dos sabores, aromas e crocância que as brasas conferem ao fiel amigo.
A especialidade da casa é de resto bacalhau assado na brasa acompanhado de batata cozida e grelos, mas os pergaminhos carnívoros confirmados do chef Cláudio Gonçalves facilmente conduzem a contemporizar e integrar uma peça grelhada de carne na refeição. A generosidade das doses contudo fazem-nos recomendar que a escolha entre carne e bacalhau seja feita a priori.
O bacalhau puxa pela gulodice a qualquer português, e depois sobra carne, o que configura pecado. O costeletão, a picanha e o lombo de boi também assado na brasa merecem conferência em exclusividade. Para intensificar o fator prazer, também há leitão assado, pelo que o melhor é planear criteriosamente a empreitada. E que o dia em que se dispensa o maravilhoso bacalhau da casa seja imediatamente sucedido por outro em que se lhe volta a fazer as honras. Uma questão de princípio. Há uma profusão de petiscos de bom recorte para o toque inicial a reunir, mesmo quando se vai com a ideia fixa do bacalhau. A vocação taberneira permanece.
Longitude : -8.2245
