“Vou e venho todos os dias de Amarante e de lá trago o pão, para mim um dos melhores pães do mundo”, conta Paulo Miranda, que em junho 2017 abriu na Praça dos Poveiros o seu Trigo de Cantos, espaço dedicado a mostrar os produtos tradicionais da sua terra. Esta taberna amarantina foi um aperfeiçoamento de um projeto que Paulo tinha tido lá. “Chamava-se Rua 31, pois ficava na rua 31 de Janeiro, mas tive de desistir de Amarante porque é uma cidade com pouca gente”, conta Paulo.

Paulo Miranda abriu o Trigo de Cantos, há cinco anos, na Praça dos Poveiros.
(Fotografia de Pedro Correia/Global Imagens)
Aqui, conseguiu ter a casa a funcionar bem, e quando veio a pandemia e os confinamentos tentou “segurar o negócio”: vinha todos os dias trabalhar para take away. Mas nesse período só trabalhei bem três ou quatro dias. Tive de aguentar”, lembra. O que trouxe novo alento foi a esplanada que tiveram autorização para montar na praça. “Isso era o que nos faltava porque as pessoas não queriam estar em espaços fechados”, lembra. A partir daí foi retomar o crescimento sem nunca descuidar a qualidade. “Os nossos produtos são praticamente todos regionais de Amarante, como os fumeiros, que são também os mais medalhados a nível nacional”, conta. Paulo também promove o vinho da região, produzido por ele próprio. É de terrenos da família que saem as uvas para o vinho que leva o nome do espaço. Há três referências: branco, tinto e espadal (rosé).

As tábuas mista e as sanduíches em pão de Padronelo são duas das especialidades da casa, servidas com vinho da casa.
(Fotografia de Pedro Correia/Global Imagens)
“Eu defendo os produtos portugueses. Acho que são os melhores do mundo e quando os turistas vêm cá devem provar o que é nosso”, considera. O que os clientes do Trigo de Cantos mais procuram são as tábuas, que se dividem em vários tamanhos e estilos: individual, pequena, grande, gigante, a tábua rei e a dos deuses. Nelas se pode encontrar presunto, queijo de cabra, linguiça, moura, morcela, chouriça de carne, chouriça de brasa, pimentos de Padrón (produzidos também de Amarante) e ananás, único produto exógeno, que aqui funciona mais como limpa palato. Depois, têm também tábua de camarão tigre e outra de costeletão com carne maturada.

Salvo raras exceções, tudo o que é servido no restaurante chega de Amarante.
(Fotografia de Pedro Correia/Global Imagens)

A esplanada foi montada durante a pandemia, e continua a ser um dos atrativos do Trigo de Cantos.
(Fotografia de Pedro Correia/Global Imagens)
Tudo aqui é principalmente grelhado, excepto as batatas fritas ou os ovos. As sanduíches em pão de Padronelo são outros dos chamarizes da casa: há pregos, alheira com ovo, presunto com queijo da Serra ou com ovo, pastelão (omolete de chouriços ou vegetariana) e não falta a francesinha. Todas as sandes podem ser transformadas em pratos, é só acresentar batata frita.
Recentemente, Paulo Miranda abriu, mesmo ao lado do Trigo de Cantos, um restaurante “mais sofisticado”. Chama-se Caralhau e é especializado em pratos de bacalhau. Uma outra tradição à mesa.
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Tábuas a partir de 13,50 euros
Sandes a partir de 4,50 euros
Pratos a 7,50 euros
Especialidades: tábuas mistas, sanduíches em pão de Padronelo: presunto com queijo da serra; alheira com ovo; pastelão de chouriços; francesinha à Trigo de Cantos; ovos rotos.
Longitude : -8.2245