Em Belém, nasceu um restaurante Único com cariz inclusivo

Único, em Belém. (Fotografia: DR)
Fermentações naturais e lentas, legumes biológicos e sazonais e a parceria com a Semear, que apoia pessoas com deficiência intelectual, fazem do Único, o novo restaurante do Centro Cultural de Belém, uma casa sustentável e inclusiva.

Pouco tempo antes da pandemia bater à porta, Diogo Coimbra tinha planeado uma extensa viagem pelo mundo para absorver novas experiências gastronómicas e culturas. “Adoro viajar. Queria sair da minha zona de conforto”, explica o chef. A vida atrasou-lhe os planos, permanecendo por cá, mas ganhando um novo desafio, liderar as cozinhas dos dois restaurantes do Centro Cultural de Belém, o Este Oeste, e o novo Único, que assenta numa visão sazonal e inclusiva, com forte aposta nas fermentações naturais e nos frescos biológicos. Um novo capítulo na vida do chef conimbricense, que dedicou a última década do seu percurso profissional ao mundo das pizzas artesanais, à frente das moradas Mercantina em Lisboa.

No novo espaço de Belém, a carta está criada de forma a alimentar os vários períodos do dia, do pequeno-almoço e do brunch (disponível em formato all day), passando pelo almoço e pelo teanner – o meio da tarde que é um híbrido entre o momento do chá ou do lanche com o jantar antecipado. No Único, os legumes biológicos são uma das peças mais importantes da cozinha, e surgem em parceria com a Semear, a associação que integra e apoia pessoas com dificuldade intelectual e desenvolvimental nas suas hortas. É de lá que vêm produtos como rúculas, espinafres, manjericão, cebolas e couve kale, entre outros, cultivados num terreno propositado para o Único. O cariz social do novo restaurante lisboeta alastra-se também à inclusão de elementos destes na própria equipa do Único, além da pequena zona de loja, onde se vendem compotas, azeites, sal e cerâmicas da Semear.

A tosta desfeita, com broa de milho, bacalhau confitado, húmus, rabanete e cebola. (Fotografias: DR)

Os tacos também fazem parte da carta do Único.

Entre os destaques da carta estão o taco Único (funcho, cenoura, tomate, alho francês, acelga, peperoncino, cebola frita, amêndoa e queijo creme, a 8€); saladas de frango e de kale; duas variedades de poké; o prego de atum braseado em bolo do caco, com agrião, maionese de wasabi e ponzu (15€); carpaccios de beterraba (7,5€); a focaccia de sésamo e mortadella (7,5€); ou a tosta desfeita (broa de milho, bacalhau confitado, húmus, rabanete e cebola, a 14€), uma reinterpretação do clássico lisboeta meia desfeita.

As pizzas alla pala também têm presença garantida, aqui feitas com farinhas biológicas e fermentações naturais: há opções para todos os gostos, mas vale a pena provar a alta e fofa Cotto & Funghi (com mozarela, fiambre e cogumelos, a 12€). Ainda a piscar o olho a Itália, as massas frescas vão reforçar em breve a carta do Único, com pratos como ravioli de ricota e espinafres, tortellini de frango com trufa e tortelli de corvina e pimentos vermelhos, por exemplo. Nas sobremesas, há espaço para o brownie com gelado de leite de coco e gengibre; para o requeijão com doce de abóbora; tiramisù; e gelados à bola. A garrafeira inclui referências biológicas e cervejas artesanais, além do café de especialidade vindo do Brasil, Etiópia e Colombia, que é torrado na própria casa.

O brownie com gelado de leite de coco e gengibre.

O novo restaurante do Centro Cultural de Belém.

Ao pequeno-almoço aposta-se em ovos com salmão, crepe de espinafres, iogurte grego e o pão que é feito diariamente pela equipa – centeio, trigo, rústico, broa de milho -, responsabilidade de Glênio Guimarães, que mergulhou no mundo do pão português ao mudar-se para uma aldeia alentejana durante meio ano, onde ainda se faz pão no forno comunitário a lenha. Já no brunch, os menus combinados variam e partem dos 11,5 euros. Para provar no interior do espaço, bastante luminoso e arejado, com um pequeno jardim a meio da sala, ou na esplanada.

A zona de loja, com os produtos da associação Semear.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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