No Bono, em Lisboa, unem-se as cozinhas portuguesa, francesa e brasileira

Barbecue de polvo acompanhado de agrião tostado na brasa puré de grão-de-bico e limão confit. (Fotografia: Maria Mattos/DR)
Se a inspiração é mediterrânica, a técnica está na cozinha de fogo. Neste novo Bono, um chef e historiador une influências portuguesas, francesas e brasileiras debaixo do mesmo teto.

Nasceu em Brasília, viveu quase uma década em França e apaixonou-se mais recentemente por Portugal. Olhar para a carta do Bono, o novo restaurante que abriu portas perto do Cais do Sodré, é revisitar o percurso de Robson Oliveira, chef e proprietário deste espaço onde impera a influência mediterrânica e a cozinha de fogo, apoiada no lume e no forno a brasa, que se avista na cozinha totalmente aberta.

Chef Robson Oliveira. (Fotografia: Maria Mattos/DR)

As origens do chef brasileiro provam-se em detalhes como as pérolas de tapioca que se servem no ceviche de corvina e flores comestíveis, aqui numa versão diferente e oriental, com molho ponzo. Mas também no barbecue de picanha uruguaia. A escola francesa nota-se no demi-glace artesanal que acompanha o lombo de novilho com gnocchi de batata-doce ou no tártaro de novilho, por exemplo.

Ceviche com pérolas de tapioca e flores comestíveis. (Fotografia: Maria Mattos/DR)

Já a ode à cozinha portuguesa faz-se com o mexilhão à Bulhão Pato, a saladinha de polvo com pesto, o polvo na brasa com puré de grão de bico e tomate confitado, o arroz negro com frutos do mar e a clássica posta de bacalhau fresco com broa. Sem esquecer o atum, servido cru e numa marinada. “O atum açoriano é da melhor qualidade que há”, explica o chef, que volta e meia sai da cozinha para conversar com os comensais que por aqui se sentam pelos cerca de 40 lugares. Saltando para os doces, o cheesecake de frutos vermelhos e a panacota de maracujá encerram as hostes.
Foi em França que aprofundou os conhecimentos na cozinha e chegou a especializar-se em História da Gastronomia Brasileira, ou não fosse este chef um historiador, antes de se dedicar aos pratos. Não é por acaso que em breve quer incorporar propostas indígenas na carta do Bono. “A cozinha indígena é muito original”, conta Robson.

Interior do restaurante. (Fotografia: DR)

Com um pé direito alto, o arejado restaurante mantém um ambiente industrial sem perder o intimismo. Entre as arcadas em pedra que ficaram do edifício original, pode também petiscar-se e beber ao balcão, ao final da tarde. Além das mais de 20 referências vínicas portuguesas e italianas, o destaque vai para os cocktails de autor, como o Amer de La Passion (vodka, limão, maracujá) e o Giverny (gin, vodka e frutos vermelhos).

Brunch em breve
Além dos atuais finais de tarde e jantares, o Bono pretende passar a abrir mais cedo em breve, para brunch.

Partilhar
Partilhar
Mapa da ficha ténica
Morada
Calçada Ferragial, 9, Lisboa
Telefone
937141859
Horário
Das 19h às 00h. Encerra segunda.
Custo
() Preço médio: 35 euros


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend