Johnny Symington lembra-se bem das brincadeiras com os primos por entre os bardos de videiras da Quinta do Bomfim, no Pinhão (Alijó), comprada, em 1896, pelo bisavô. Lá no alto havia um casarão em ruínas. Nunca lá entraram. Por medo. Diziam que ouviam vozes de bruxas lá dentro. Mais tarde viriam a descobrir que essas vozes eram, na realidade, os ecos das suas palavras berradas ao longe. Assim, ficou conhecida como a Casa dos Ecos.
(Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)
A que antes era uma ruína no meio da vinha, hoje é um restaurante que resulta de uma parceria entre a família Symington, a que tem mais área de vinha no Douro, e Pedro Lemos, chef com uma estrela Michelin ganha no restaurante que leva o seu nome, na Foz Velha, no Porto. Pedro andava há muito tempo a acalentar o desejo de um dia passar à prática algumas ideias gastronómicas, com base nas memórias da “comida do caseiro” das quintas do Douro de outros tempos. Só faltava arranjar um espaço. Em 2020 deu-se o clique. Ligou a Johnny e expôs a ideia que tinha para a Casa dos Ecos. Em “cinco minutos” recebeu outra chamada de volta a dar o OK.
(Fotografia: Artur Machado/Global Imagens)
Verdadeira experiência sensorial é sentar-se na varanda da Casa dos Ecos e degustar a comida tradicional de conforto, confecionada com “produtos comprados localmente” à moda do chef Pedro Lemos. Desde esse miradouro, os olhos, em formato grande angular, podem absorver toda a paisagem vinhateira classificada como Património Mundial que escorre pela Quinta do Bomfim, atravessa a nado o rio Douro, e depois sobe com esforço a íngreme Quinta das Carvalhas, logo à frente.
Durante este verão, a Casa dos Ecos vai ter diversas experiências, como o lançamento de vários vinhos novos, provas para os visitantes e espetáculos musicais intimistas no meio da vinha.
