Lisboa: no restaurante italiano Mano a Mano, o pistachio é o novo tomate

A piza Bronte leva creme de pistachio na base em vez de molho de tomate. (Fotografia: DR)
Giovanni Pellegrino mudou tudo na carta do Mano a Mano, aberto há dois anos na Rua do Alecrim. Depois da aposta na dicotomia da cozinha romana "versus" napolitana, a missão é fazer "uma cozinha italiana mais autêntica”.

Chamam-lhe o “ouro verde” italiano, e não sem razão. O pistachio de Bronte que cresce nas encostas do monte vulcânico Etna, na parte oriental da Sicília, é mesmo um dos melhores, mais premiados e procurados pistachios do mundo – uma preciosidade. E a boa notícia é que agora existe um lugar em Lisboa onde se pode prová-lo no seu melhor: o restaurante italiano Mano a Mano, na Rua do Alecrim, desde março entregue ao italiano Giovanni Pellegrino, de 36 anos.

Filho de empresários da restauração numa linhagem de negócios que já vem desde o avô, há 60 anos, Giovanni Pellegrino, natural da Sicília, está no Mano a Mano empenhado em dar a provar uma “cozinha italiana mais autêntica”, em que os pratos têm apenas dois ou três (bons) ingredientes. O pistachio de Bronte é um deles e assume-se como “o novo tomate”, nas suas palavras, sendo utilizado para fazer a piza Bronte, que leva creme de pistachio na base (em vez de molho de tomate) e cobertura de presunto, mozzarella de búfala e lascas de queijo grana padano.

Com a renovação da carta do Mano a Mano entraram também os aperitivos parmigiana di melanzane – “uma lasanha sem massa” feita de beringela, mozzarella de búfala e manjericão com molho de tomate frio – e bruschetta tricolore, uma trilogia de bruschettas de tomate, alho e manjericão, pesto e pinhões e chouriço picante de Calabria, mozzarella de búfala e tomilho a lembrar as cores da bandeira italiana, quando postas lado a lado.

Mas, afinal, como chegou o chef italiano à Rua do Alecrim? Depois de ganhar experiência a trabalhar nos restaurantes da família, Giovanni Pellegrino foi trabalhar para o Hilton, em Malta, tinha 32 anos. Foi aí que conheceu Joana – a atual gerente do restaurante Mano a Mano, do grupo SushiCafé -, com quem seguiu para a Nova Zelândia. Após quatro meses de países asiáticos carimbados no passaporte, o casal mudou-se para Portugal com trabalho em vista no Conrad, mas a pandemia trocou-lhes as voltas e abriu-lhes uma janela de oportunidade em Lisboa.

“Estou muito entusiasmado por transportar novos conceitos gastronómicos para a capital portuguesa”, diz o chef, empenhado em posicionar o Mano a Mano como uma referência entre as mesas italianas na capital. Para isso, apostou em mais pratos da sua região, como o spaghetoni verdi al pistacchio e gorgonzola (massa de espinafres caseira com pistachio e gorgonzola) e o brasado di carne al barolo (ocacce, bochecha de porco estufada, vinho, cenoura, cebola, aipo, tomilho e alecrim), servido numa terrina e acompanhado com fatias de focaccia.

No Mano a Mano percebe-se que a cozinha italiana é muito mais do que pizas e massas: tem carne, peixe e pratos vegetarianos dignos de uma oportunidade. No capítulo das sobremesas, a premissa mantém-se em descobrir o que há para além do óbvio e prova-se na forma de um falso cannoli agli agrumi, um doce típico da Sicília com creme de mascarpone e citrinos e geleia de laranja, e que o chef recria em forma de bolacha (mais leve e saudável), na vez do original frito.

 

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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua do Alecrim, 22 (Baixa), Lisboa
Telefone
914054273
Horário
Todos os dias das 12h30 às 23h; sexta-feira e sábado, até às 24h.
Custo
(€€) Preço médio: 25 euros


GPS
Latitude : 38.7075342
Longitude : -9.143282900000031




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