Há um novo bar de cocktails e barra de sushi no Cais do Sodré – é o Paraíso

Cocktails e sushi tradicional são a nova aposta do grupo Mainside no Cais do Sodré. (Fotografia: DR)
O antigo MEL - Museu Erótico de Lisboa deu lugar ao Paraíso, um bar de cocktails de autor com um sushibar escondido, no Cais do Sodré. Cada cliente é desafiado a criar a sua noção de paraíso, num ambiente intimista e marcado pela provocação dos sentidos.

Lugar de delícias onde Deus colocou Adão e Eva, o paraíso, ou Éden, pode ser tudo e o seu contrário, conforme a ideia que cada pessoa tiver dele. Defini-lo é o desafio lançado a quem entra no novo bar do grupo Mainside, no Cais do Sodré. Montado no lugar do MEL – Museu Erótico de Lisboa, o espaço manteve estrategicamente alguns elementos, tal como a sala das peças de gesso, símbolos das sete fases da sedução; uma cadeira suspensa com formas fálicas; e os frescos baseados nas cenas eróticas do casal Cicciolina e Jeff Koons.

Pintados pelo artista plástico Diogo Muñoz a partir de uma coleção de pinturas e esculturas mundialmente conhecidas, são o aspeto artístico que melhor traduz a faceta atrevida do bar. Outros elementos decorativos nipónicos funcionam como fio-condutor entre os cocktails e o sushibar. No primeiro espaço, a ação acontece num balcão americano com capacidade até 14 pessoas (no total, a sala recebe 45), onde o gerente Hugo Feijão comanda uma equipa de bartenders jovens e bem-falantes, autores de quase uma dezena de cocktails saborosos.

O “I Found You So Attractive”, por exemplo, leva pickle de maçã verde clarificado, açúcar, gin, água filtrada e é servido num copo de champanhe com gás e ar de espumante coberto com folha de ouro de 18 quilates. Há sabores para todos os gostos, inclusive com baixo teor de álcool, como o Cicciolina’s Day Off à base de vodka, cordial de ananás grelhado, soda de folha de lima kaffir e chá japonês. Além de levarem ingredientes de uso pouco comum na coquetelaria, são feitos com centrifugação e ultrassom, entre outras técnicas de laboratório.

Servindo-se de referências a Mr. Bean, Os Marretas ou Star Wars, entre outros ícones pop, também os petiscos do chef Guilherme Spalk, propositadamente em inglês, pretendem ser desbloqueadores de conversa. Sanduíche com camarão picado e maionese de ovas de salmão; pastel de massa tenra recheado com caldeirada; e coscorão recheado com pasta de peixe coberto de sementes de paprika queimada são três das ideias para comer à mão. “É comida descomprometida. O nosso dever é explicar ao cliente o modo como é feito”, diz.

Já a câmara escondida do Paraíso chama-se AO e remete para o nome da cor azul de Okinawa, em japonês, a mesma dos azulejos da sala com apenas oito lugares. Do estilo edomae, o menu remete para a era em que os peixes recém-capturados à frente de Tóquio tinham de se manter frescos sem meios de congelação, usando para tal molho de soja e curas de sal e vinagre. Kousuke Saito, sushiman de 33 anos, recria as técnicas com mestria utilizando peixes da costa portuguesa como salmonete, pargo, goraz, sarrajão, atum e lírio.

Depois de apresentar os peixes sobre gelo, numa caixa de madeira, o chef monta as peças com delicadeza, maximizando a textura e sabor do peixe com soja, vinagre e sal na medida certa. Todos os pormenores contam, tal como o arroz japonês servido à temperatura tépida. Nos menus de 12 ou 17 momentos são servidas peças como rolo de sardinha marinada em vinagre com folha de shiso, sésamo, cebolinho e gengibre e salmonete braseado, pincelada com molho do próprio fígado. No copo há sakés e cervejas japonesas. O paraíso de muitos.

 

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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua de São Paulo, 16 (Cais do Sodré), Lisboa
Telefone
966 028 229
Horário
De terça a sábado. Bar, das 18h às 02h. Sushibar, das 19h30 às 23h.
Custo
(€€) Cocktails a partir de 10 euros; snacks a partir de 3 euros. Sushi: 68/88 euros (12/17 momentos).


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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