Há pão de ló, toucinho do céu e outros doces na Morgadinha, em Sta. Maria da Feira

Um dos doces feitos por Telma Pedroso, cake designer responsável pela Morgadinha dos Conventuais, em Santa Maria da Feira. (Fotografia de Adelino Meireles/GI).
A doçaria conventual veio ao de cima no confinamento e o batismo inspirou-se na literatura. Cake designer de Santa Maria da Feira resgata receitas, apura técnicas e inventa doces para qualquer ocasião.

Telma Pedroso, cake designer, arregaçou as mangas, colocou o avental e voltou à cozinha com um novo projeto. É um regresso às origens, a sua primeira formação foi em doçaria conventual, e é também uma resposta à suspensão temporária dos eventos sociais, casamentos, batizados, comunhões, devido à pandemia. “De repente, pensei: ou é isto ou vou estar outro ano sem trabalhar”, lembra. E desta forma surgiu “Morgadinha dos Conventuais”, com nome inspirado no título do livro “A Morgadinha dos Canaviais” de Júlio Dinis. Um trocadilho feliz.

“A doçaria conventual tem muitos segredos, muita técnica, muita sensibilidade”, conta. Mergulhou em receitas antigas, algumas escritas à mão por mulheres da família, voltou aos livros de Maria de Lourdes Modesto, e fez-se ao caminho com termómetro, colheres de pau e delicadeza. “Esta doçaria tem de ser feita com muito carinho”, garante.
O cardápio foi-se compondo com pão de ló húmido, toucinho do céu, morgado do Bussaco com sabor a noz e mel, torta de laranja famosa no Algarve, ovos moles, quindim em bolo ou em miniaturas, pudim abade de Priscos, barquinhos de ovos com amêndoa, entre outros doces.

Telma Pedroso, cake designer da Morgadinha dos Conventuais. (Fotografia de Adelino Meireles/GI).

Telma dá o seu toque, e inventa doces como o pastel São Sebastião, em honra do mártir lembrado na festa das Fogaceiras, que salvou o povo da peste há mais de 500 anos. Leva massa filo, doce de ovos, fio de ovos, amêndoa torrada e um segredo. A torta São Nicolau, padroeiro da Feira, leva amêndoa e doce de ovos.

À base da doçaria conventual, ovos, água e açúcar, junta-lhe amêndoa e noz, limão e laranja, e pouco mais. Os ingredientes são escolhidos a dedo, mel caseiro, citrinos naturais, produtos nacionais e biológicos. “Quando achamos que a vida anda para trás, afinal está a andar para a frente”, comenta.

Os doces estão à venda por encomenda via telefone ou através do WhatsApp e há possibilidade de escolher um sortido com doces e várias miniaturas. As entregas são feitas em várias zonas do país, Feira, Porto, Vila Nova de Gaia, Espinho, Ovar, e em Lisboa uma vez por mês.

 

Boleira de palha
Caso se trate de uma prenda, o doce ou doces podem ir dentro de uma boleira de palha de centeio. Com laço, ramo de flores, e dedicatória a condizer.

 

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