Eça de Queirós à mesa de oito restaurantes, em Leiria

(Fotografia de Nuno Brites/Global Imagens)
Pratos referenciados nos romances do escritor fazem a delícia dos visitantes. Bacalhau com pimentos, galinha afogada em arroz ou frango à passarinho são algumas das sugestões.

Conhecido por descrever as cenas ao mais ínfimo pormenor, o escritor Eça de Queirós deixou como legado diversas obras literárias de referência, onde não faltam menções à gastronomia do século XIX. Alguns destes pratos podem ser experimentados em oito restaurantes de Leiria, que aderiram a um roteiro gastronómico associado à Rota d’O Crime do Padre Amaro, criado pelo município de Leiria.

Localizado próximo da casa onde Eça de Queirós viveu quando administrou o concelho, o restaurante Cardamomo propõe um menu de homenagem ao escritor que inclui azeitonas com broa, favas com negrito, bacalhau com grão e pimentos, e arroz-doce. “Os pratos são muito simples e sem grandes temperos, pelo que damos o nosso toque, porque a nossa comida é mais sofisticada”, afirma o proprietário Nuno Sequeira. “As pessoas têm gostado muito.”

O Mata Bicho também optou por confecionar o prato de bacalhau, apreciado pelo escritor e pelos clientes, por ser um produto que já integrava a ementa do restaurante, situado na Praça Rodrigues Lobo, onde tem início a Rota d’O Crime do Padre Amaro. Pão e azeitonas, e ovos mexidos com chouriço, como entradas, e leite de creme queimado para sobremesa completam a proposta da ementa do proprietário Vasco Ferreira, com base numa lista de sugestões da autarquia.

Os ovos mexidos com chouriço são um dos pratos mais replicados. (Fotografia de Nuno Brites/Global Imagens)

A poucos metros, o restaurante Ao Largo também se associou à rota gastronómica, mas Sofia Xavier quis apresentar propostas diferentes, pelo que recorreu a uma amiga especialista em Eça de Queirós. Enquanto é preparada a galinha afogada em arroz, o estômago dos clientes é aconchegado com broa de milho e azeite, creme de grão-de-bico e ovos mexidos com chouriço. No final do repasto é servida aletria, mais um cálice de vinho do Porto para brindar em honra do escritor.

Nas imediações da Sé, um dos principais locais de rodagem da série “O crime do padre Amaro”, exibida recentemente pela RTP1, o Bottega das Tapas escolheu os petiscos que mais se adequavam ao conceito gastronómico do espaço. Frango à passarinho, cogumelos recheados com alheira, morcela de Leiria com abacaxi caramelizado e pudim de abade de Priscos prometem uma experiência repleta de sabor. Aliás, o restaurante de Rui Sousa foi o escolhido pelo elenco da série na noite da antestreia, em janeiro.

Amélia e Amaro

(Fotografia de Nuno Brites/Global Imagens)

Dramatizada por oito atores do grupo de teatro O Gato, a Rota d’O Crime do Padre Amaro tem seis pontos de paragem no centro histórico de Leiria. O diretor da companhia, Fernando José Rodrigues, veste a pele de Eça e leva os participantes a testemunhar o romance entre Amélia (interpretada por Sónia Francisco) e Amaro (Rodrigo Sá Pessoa).

Restaurantes aderentes
Ao Largo (por encomenda), Aromas com Tradição, Bottega das Tapas, Cardamomo (por encomenda), Liz Bar, Mata Bicho, Monte Carlo e Porto Artur são os oito restaurantes que se associaram à Rota d’O Crime do Padre Amaro. Contudo, nem todos estão abertos aos domingos, por ser dia de descanso do pessoal.

Preços diferentes
O valor do menu Padre Amaro varia em função do tipo de restaurante aderente à rota gastronómica. Em média, situa-se entre os 15 e os 26,50 euros por pessoa. Em alguns casos, inclui uma bebida, mas em outros é cobrada à parte. Quem optar apenas por petiscar, o preço pode ficar entre 4,50 e 5 euros o prato.




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