«O cão veio comer um cachorro», diz uma cliente bem disposta que acaba de sentar-se com a sua mascote numa mesa à porta do Dogs. Ali os cães são bem-vindos, ou não fosse todo o recinto da LX Factory amigo dos animais, e são eles que dão nome à casa, em formato de cachorro quente, uma das refeições urbanas mais rápidas e populares.
As palavras «fast food» que brilham em vermelho numa das paredes confirmam do que se trata, mas José Fortunas, um dos quatro sócios do negócio, garante que apesar de rápida, a comida é de qualidade. O segredo são os diferentes tipos de salsicha – «a salsicharia é um mundo», destaca José –, feitas numa fábrica do Norte do país e que foram escolhidas criteriosamente, após longas sessões de prova, para apurar as combinações com os restantes ingredientes de cada cachorro.
O cliente pode escolher entre treze opções (todos com nomes de raças de cães), com salsicha alemã, ao estilo de Munique, fumada XL, de carne e queijo, fresca e vegetariana. O Fila de salsicha fresca, por exemplo, é um dos mais bem guarnecidos: ovo estrelado, tomate, maionese e alface iceberg. É preciso experiência para levar o cachorro quente à boca sem sujar as mãos, mas as chips de batata-doce e as batatas fritas com lascas de queijo servidas à parte ajudam a minimizar os danos. Para quem não quer engordurar os dedos, a carta reserva opções no prato (com salada incluída): vale a pena pedir a salsicha Nuremberg com arroz basmati e cebola caramelizada.
Dar trela aos cachorros é ainda um convite a beber cervejas artesanais, cidra, limonada ou vinho a copo. «Em breve vamos ter cinco torneiras de cerveja», acrescenta José Fortunas a olhar para o balcão. Quase até ao teto erguem-se grades antigas de vinho, há candeeiros de fábrica e cadeiras antigas. E cães de loiça à entrada a lembrar o célebre ditado «cão que ladra não morde», em género de provocação.
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