Em março de 2020, Giovanni Pellegrino estava de férias na Ásia, quando a pandemia o obrigou a cancelar os restantes dias de descanso e a mudar de vida, mudando-se para Lisboa na companhia da mulher, portuguesa. Em boa hora, instalou-se na cozinha do Mano a Mano, o restaurante italiano da Rua do Alecrim que abriu há três anos, mais focado no duelo entre as pizas napolitanas e romanas, e que desde então tem diversificado a oferta, apostando na autenticidade da cozinha italiano e nos clássicos deste país.
“Ajuda a matar saudades de Itália”, explica o chef siciliano, natural de Catânia, que já passou por cozinhas em países como a Nova Zelândia e Malta. Por estes dias, a carta de inverno tem vários pratos novos, mais robustos e quentes, próprios para os dias mais frios. “Adoro a cozinha de conforto no inverno”, conta.
No restaurante do grupo SushiCafé (que detém casas lisboetas como o Izanagi, Avenida SushiCafé, SOI, Mex Factory ou Este Oeste), os novos pratos inspiram-se nas várias regiões de Itália e muitos deles surgem das memórias. Como é o caso do polpo alla Graziella (16,50€) – o polvo assado, tenro por dentro e estaladiço por fora, depois de ser terminado na frigideira, e que acompanha com puré de batata e lima – inspirado na forma como a mãe, Graziella, o costuma confecionar. “É um prato que me lembra de casa”, diz o chef.
Os ovos com lascas de trufa, espargos verdes e molho de pecorino, uma das novidades. (Fotos: Mano a Mano)
Há duas novas pizas para provar na carta de inverno, entre estas a Siciliana.
Outras novidades são a cotoletta alla Palermitana (18,50€), um clássico da zona de Palermo que leva o escalope de vitela de leite panado ao forno, com batata temperada com alho e salsa; e os dois novos risotos, ambos com queijo Grana Panado DOP – o de cogumelos e lardo (15€) e o de carabineiro e burrata (28€). Nas massas frescas, os destaques de inverno vão para a nova tagliatelle al nero di seppia (14,50€), com choco, tinta do mesmo e molho de tomate; e nas entradas brilham agora propostas como o Tartare di Manzo (12,50€), o tártaro de novilho com burrata, rúcula e pistáchio; e o uovo al tartufo (13,50€), que junta ovos escalfados, lascas de trufa, espargos verdes e um espesso molho de queijo pecorino, que leva comensais para a zona de Piemonte, a norte de Itália.
A Toscana prova-se em pratos novos como a cacciuco, a tradicional sopa de peixe desta região (18,50€, para dois). Já nas pizas da casa, fermentadas durante 48 horas e feitas em forno a lenha, também há novidades: entre as 13 variedades, onde estão as clássicas Margherita DOP e Marinara DOP, provam-se agora a Siciliana (9,50€), com queijo siciliano, tomate seco, azeitonas, anchovas e orégãos; e a Affumicata (15€), que leva burratina fumada, speck e scarmoza fumada. Ao fim-de-semana, chega o tradicional ragu napolitano (15€/pax), para os amantes da carne confecionada de forma lenta.
O polvo assado com puré de batata e limão, inspirado na mãe do chef.
O italiano está situado na Rua do Alecrim.
Propostas que se podem provar à refeição ou entre estas, uma vez que a cozinha não encerra entre o almoço e o jantar. Sem horários nem pressas, estão não só as focaccias feitas na casa, como também as duas dezenas de referências vínicas italianas e portuguesas e os cocktails, tanto os clássicos como os de assinatura, caso do Il Frozen Basil, com granizado de gin, manjericão e lima. A luz natural que surge dos altos janelões é uma das mais-valias durante o dia no Mano a Mano, mas à noite brilham outros detalhes da decoração, entre imagens da Vénus que Sandro Botticelli pintou e do Coliseu de Roma.
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