Tudo aquilo que sai das mãos de Jerónimo Pinto de Abreu, no Lupin Snack-Bar, sabe e cheira a cozinha tradicional portuguesa – o caldo verde, as moelas, as bifanas, a francesinha, os pastéis de nata. Há apenas um detalhe que distingue estes pratos: dispensam produtos ou subprodutos de origem animal. O conseguir trazer sabores familiares a receitas de base vegetal deve-se, em parte, ao percurso de Jerónimo, formado em França, e às aprendizagens que foi tendo nos restaurantes por onde passou, vários deles de fine dining.
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- (Fotografias: Igor Martins/GI)
Em 2015, Jerónimo e Andreia Santos, sua companheira de vida e de trabalho, abriram o Lupin, no Campo Alegre, um restaurante de cozinha de topo a preço acessível, que acabou por fechar em 2019. Pelo caminho, o casal esteve uma temporada na Dinamarca “para partilhar e aprender coisas novas”, e o cozinheiro ainda fez uma breve incursão à Enoteca 16.56, em Gaia. Durante a pandemia, passada em casa, cozinharam para fora, até se lançarem nesta nova aventura, de fazer chegar comida vegan portuguesa a todos os bolsos.
Andreia acredita que “faltava uma tasca, faltava um sítio com comida vegan a saber a Porto”. Curiosamente, foi precisamente o espaço – um antigo café no Centro Comercial de Cedofeita -, que ditou aquilo em que o Lupin se haveria de tornar. “O Jerónimo é baterista e ensaiava na loja ao lado, e um dia reparou que este espaço estava disponível”, conta. Em pouco tempo instalaram-se e abriram portas em novembro passado, com petiscos e pratos do dia que remetem para “os sabores de antigamente”, e que pretendem satisfazer veganos e não veganos, portugueses e estrangeiros. Tarefa que está a ser cumprida com sucesso, a julgar pelos almoços e pelos fins de semana, em que a casa costuma encher.
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- (Fotografias: Igor Martins/GI)
Todos os dias, há um prato a 5 euros, que pode ser o Zé do Pipo, preparado com tofu, os rojões à portuguesa, o strogonoff, o arroz do mar, a jardineira ou o apaladado assado de inverno, com seitan e legumes, servido ao sábado. Seja qual for a escolha, está garantida uma experiência memorável de sabores e de texturas, com legumes, vegetais e proteínas, como tofu e seitan cozinhadas no ponto. Ali não se poupa em condimentos, especiarias ou ervas aromáticas para devolver memórias a pratos retemperadores sem carne, nem peixe.
O mesmo cuidado aplica-se às sobremesas, que em nada devem às receitas com ovos e laticínios. Há sempre um bolo do dia, mas destaca-se a mousse de chocolate, feita apenas com dois ingredientes, e as natas, de massa estaladiça e interior cremoso, quase sempre esgotadas. Mais uma prova que a comida vegan, além de saborosa, também pode ser acessível.
(Fotografia: Igor Martins/GI)
O menu
Menu do dia: 5 euros
Especialidades: feijoada; rojões à portuguesa, strogonoff, Espiritual de Tofu; Zé do Pipo, assados variados
Sobremesas: pastéis de nata, mousse de chocolate, crumbles, bolos secos
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