Comida da mãe e em conta, no restaurante Mário

As pataniscas do Mário, em Vila Real. (Rui Manuel Ferreira/Global Imagens)
Nas traseiras da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Real, o Restaurante Mário destaca-se por algumas especialidades, como as pataniscas de bacalhau à quarta-feira.

Ainda não é meio-dia e já há fila para as pataniscas de bacalhau com arroz de feijão. É assim à quarta-feira no Restaurante Mário de Vila Real. O serviço de levar para casa ganhou força com a pandemia, mas já antes era habitual irem buscar a mais afamada especialidade do estabelecimento familiar gerido por Fernandina Pires.

Durante mais de uma hora é um entra e sai de gente com sacos de plástico e recipientes para levar o almoço. A sala também se compõe para degustar as pataniscas feitas na hora, com o arroz de feijão a fumegar quando vem para a mesa. Neste dia, quem não apreciar bacalhau, pode sempre optar pelos panados de porco.

Apesar de o Mário ser mais conhecido pelas pataniscas, Fernandina Pires salienta que todos os dias há especialidades com um toque pessoal e todas confecionadas por inteiro no restaurante. “Até a maionese é feita aqui. Não temos molhos industriais. Compramos todos os ingredientes para os nossos pratos, mas a confeção é toda feita por nós”, assegura. Por exemplo, “o leitão que é servido ao domingo é assado no forno do restaurante” e “as batatas fritas são todas descascadas e cortadas à mão e feitas na hora”.

O “nós” a que Fernandina se refere engloba as irmãs Inês e Saudade, e a filha Joana. Daí o “familiar” com que a gerente rotula este restaurante, aberto há 32 anos, que capricha em servir “comida da mãe”. Que é como quem diz, comida caseira. Ou, como ela gosta de referir, “onde não sei vai almoçar, vai-se comer”. E porque quem vai ali procura “comer e andar”, o objetivo diário é “servir o mais rápido possível”.

(Fotografia de Rui Manuel Ferreira/Global Imagens)

Voltando à “comida da mãe”, Joana conta a história de um cliente, emigrante em França, que se emocionou ao comer carapauzinhos fritos com arroz de tomate. “Chorou porque lhe fez lembrar a mãe, que faleceu há 13 anos”. E também “há muita gente a telefonar a perguntar quando há bolinhos de bacalhau”, outra das iguarias desta casa, onde, garante Fernandina, “não se rouba ao bacalhau”.

Recentemente, o estabelecimento teve obras de remodelação e a decoração ficou a cargo de Joana. Formou-se em Engenharia Civil e ainda chegou a exercer, mas quando a crise financeira começou a apertar o setor da construção ressentiu-se. Decidiu ir estudar design de calçado, objetivo antigo, tendo trabalhado numa fábrica em Vizela antes de se dedicar por inteiro ao restaurante dos pais. É o jeito para o desenho que está patente nos quadros da decoração, embora para Joana este seja apenas “um passatempo”.

Doce tradicional
O Mário tem fama de ter bom “pito”, um bolo recheado de doce de abóbora que as mulheres dão aos homens no Dia de Santa Luzia, esperando, em troca, a “gancha” de açúcar caramelizado no Dia de São Brás

Menu do dia
Dois pratos do dia, até 7 euros (só prato)
Especialidades: Lasanha de carne e legumes (segunda-feira), cozido à portuguesa e feijoada à transmontana (terça), pataniscas de bacalhau (quarta), perna de peru com fruta (quinta), arroz de cabidela (sexta), leitão e bacalhau à Zé do Pipo (domingo).

Partilhar
Mapa da ficha ténica
Morada
Avenida Rainha Santa Isabel, Bloco 10, Loja 3, Vila Real
Telefone
259373690
Horário
Das 12h às 22h. Encerra sábado todo o dia e domingo ao jantar.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend