Entrar na Retrokitchen é “entrar em casa”. É esta a sensação que Rui Pereira e Tânia Gomes querem transmitir a quem chega. O sorriso aberto e efusivo com que todos os clientes são recebidos está presente até na carta. O último prato da ementa é “simpatia”. O preço? “Impagável”.
Rui Pereira e Tânia Gomes abriram o restaurante Retrokitchen, em 2014. (Fotografia de Gonçalo Delgado/Global Imagens)
A esplanada do espaço está repleta de referências retro. (Fotografia de Gonçalo Delgado/Global Imagens)
A sala interior está decorada com peças de louça, posters de cinema e até um quadro do ”menino da lágrima”. (Fotografia de Gonçalo Delgado/Global Imagens)
Na estreita rua do Anjo, em Braga, abre-se, por entre restaurantes, casas e lojas, uma portada com a mesa de madeira quase no passeio. Faz lembrar a preparação para um arraial de santos populares. Mas, na verdade, no número 96 encontra-se a Retrokitchen, o restaurante do casal de bracarenses. Um estabelecimento do género “nunca esteve nos planos”, conta Tânia. Ele trabalhava na administração de um hospital. Ela era enfermeira. Conheceram-se em 2013 e pouco depois preparavam malas e bagagens para emigrar para o Reino Unido.
Os dois estavam ligados ao universo “retro”. Tânia Gomes, de 32 anos, organizava o mercado BUM, em Braga, Já Rui Pereira, de 41 anos, realizava o Retromarche, também na cidade dos arcebispos. Um dia passeavam na rua central de Braga e lá espreitava ele: um armazém para venda. A paixão pelas referências retro não deixou a oportunidade escapar e abriram “uma extensão de casa”. Estávamos em 2014.
O conceito mantém-se até hoje. Ali, há menu de almoço por 7 euros, que inclui sopa, prato, água e café. Na cozinha, está Olga Magalhães, a responsável pelas iguarias que levam clientes fiéis. O menu de almoço muda todos os dias e é religiosamente anunciado nas redes sociais com uma fotografia sempre caricata e que arranca sorrisos. Há opção de carne, peixe ou vegetariano. No dia da visita da Evasões, podia-se escolher entre caril de frango, salada de cuscuz com atum ou salada de feijão preto com abacate. Apesar de não estar incluído no menu de almoço, o mais aguardado é o final da refeição: a sobremesa (a partir de 1,5 euros). Nessa lista de escolhas, a tarte de lima tem sido a estrela da casa.
Salada de cuscuz com atum. (Fotografia de Gonçalo Delgado/Global Imagens)
Caril de frango. (Fotografia de Gonçalo Delgado/Global Imagens)
Salada de feijão preto com abacate. (Fotografia de Gonçalo Delgado/Global Imagens)
Mas não precisávamos de saber a história do casal para perceber os seus gostos. As paredes da Retrokitchen enchem-se de louça que faz lembrar a casa da avó, posters do imaginário cinematográfico e figuras do Mundo pop. Nada falta. Até o famoso “menino da lágrima” marca presença na parede da entrada. Há ainda fotografias do casal e de amigos, como se de um verdadeiro lar se tratasse. Para as traseiras, abre-se um terraço acolhedor. Há fruta e legumes frescos em cestas, um logótipo da Burger King e um boneco automático de crianças, que evoca os centros comerciais dos anos 1990. Entre mesas e armários típicos de um lar minhoto, ainda não anda a filha do casal. Chama-se Maria João e já tem a paixão das antiguidades com ela porque, por aqui, é carinhosamente tratada por “retrobaby”.
Menu do dia: 7 euros. (inclui sopa, prato, água e café (disponível ao almoço)
Pratos da carta a partir de 8,5 euros
Especialidades: Moqueca de peixe e camarão, ganda posta e magret de pato
Sobremesas: Tarte de lima e mousse de chocolate com manteiga de amendoim
