No lugar da antiga Taberna do Romal, na Baixa de Coimbra, nasceu, em agosto, uma tasca japonesa com pratos servidos em pequenas porções, para picar enquanto se bebe um copo. Izakaya Oni é como se chama este projeto, que apostou, inicialmente, em dois grupos de petiscos: otsumamis, como tori karaague (frango frito temperado à moda japonesa) ou katsu sando (que os portugueses associam a “uma bifana melhorada”); e namamono, os crus, de que é exemplo o hotate ussuzukuri (fatias de vieira em molho ponzu com cebola roxa, alho frito, broto e ovas de peixe voador).
Com o novo confinamento, que impediu o serviço à mesa ou ao balcão, a casa reduziu as sugestões assentes em peixe fresco e lançou novos petiscos quentes, mais condizentes com os regimes de takeaway e entrega ao domicílio – é o caso do kinoko sando, uma sandes de cogumelos, couve chinesa e queijo feta em pão de leite. Outras sugestões mantiveram-se, como o edamame (vagem de soja verde com flor de sal – o equivalente, por cá, aos tremoços), ou o ramen – inclusive, em versão veggie.
“A cultura da comida de rua, no Japão e na Ásia inteira, é muito forte. Izakaya é uma tasquinha que serve pessoas depois do trabalho”, explica Priscila Fernandes, responsável pelo espaço, com pouco mais de 20 lugares, contando com a esplanada, que há-de voltar a ser montada no Largo do Romal. Para beber, há 25 rótulos de cerveja (oito dos quais produzidos no Japão, de forma artesanal), saké vendido à garrafa, vinhos e mais. Os pedidos podem ser feitos até às 15h, ao almoço, ou até às 21h30, ao jantar.
Priscila tem um familiar japonês. Vem daí a sua base de culinária nipónica, que dá grande atenção ao sabor. “Não adianta saber a técnica, se não souber o gosto da comida no Japão; é importante ter essa base”, defende ela, apoiada pelo companheiro, Filipe Nunes. Conheceram-se no Hirá Ramen Izakaya, em São Paulo, quiseram ver mais do Mundo e chegaram a Portugal, onde trabalharam noutros restaurantes, até decidirem fazer uso dos seus dotes para a cozinha japonesa mais tradicional.
Festa e prosperidade
No restaurante, a cultura japonesa surge representada por figuras como o Oni, que dá nome à casa e é uma espécie de demónio brincalhão munido de saké, associado à confraternização; ou o Manekineko, o gato que acena, ligado à prosperidade.
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