Chama-se Rédea Solta e, tal como o nome do novo menu de degustação do Cavalariça Lisboa já indicia, é a oportunidade perfeita para o chef Bruno Caseiro dar asas à imaginação e à criatividade, compondo um leque de cinco ou sete momentos com propostas surpresa. A base inspiradora são os produtos mais frescos e de época, com uma rotatividade célere e contínua às mesas do restaurante que nasceu na Comporta e se alargou, há um ano e meio, a uma segunda morada na capital.
“É um menu que permite a liberdade de trabalhar com uma inspiração diária, com base nos produtos de época que nos chegam”, explica Caseiro sobre o menu que se serve aos jantares na porta 86 da Rua da Boavista, no Cais do Sodré, onde surgiu como formato pop-up, mas que passou a ser morada fixa. O primeiro menu de degustação do Cavalariça pode ser também palco para experimentar e avaliar receções, até porque “alguns pratos podem depois entrar na carta” regular.
O choco laminado com florete de brócolos grelhado e aneto, um dos pratos do Rédea Solta na visita da Evasões. (Fotografias: DR)
Depois do couvert – onde cabem pão de massa-mãe e fermentação lenta, foccacia caseira, brioche que leva puré de batata na sua massa, pasta de algas e azeitonas e manteiga envelhecida – vão chegando as novidades. Nomeadamente, o tupinambo assado, que nos leva à horta e ao mar, com bivalves e lâminas de mão de buda, uma variedade de limão asiático. A maresia mantém-se no segundo snack, com a gamba da costa algarvia, curada em açúcar e sal “só para lhe aumentar a firmeza”, conta o chef, que acompanha com crouton caseiro e molho de cabeças de carabineiro.
A sopa de espargos, alho-francês e ervilhas, com batata palha no topo, traz aromas de menta, coentros e salsa, e é uma “reinterpretação da vichyssoise, um clássico da cozinha francesa”. Depois da sopa, chega à mesa o choco laminado, formando quase uns noodles do mesmo com aneto e florete de brócolos grelhado. Destaque ainda para a alheta de corvina com favas da época e a presa de porco preto alentejano com vegetais de inverno na brasa – alho-francês, chalotas, rábano -, salada de kale e um molho de especiarias.
O porco preto alentejano com legumes de inverno na brasa.
Para as despedidas, a sobremesa recaiu sobre um parfait de leite de cabra com pepino, uma combinação que nos leva ao Médio Oriente, com granizado de azedas e gelado de funcho. O mais provável é este menu (a 50 euros/pax para a versão de cinco momentos e a 65 euros para a de sete, sem vinhos) já não ser o mesmo daqui a uma semana, ou amanhã até. Mas essa é a parte estimulante. “Quanto maior for o improviso, maior é a diversão”, explica o chef, que tem novidades para breve. Depois da Comporta e de Lisboa, o Cavalariça vai abrir uma terceira casa no centro de Évora, no Palácio Cadaval, junto ao Templo Romano.
A morada lisboeta, no Cais do Sodré.
Longitude : -8.2245
