Primeiro, leva-se algum tempo a apreciar o edifício, um dos raros exemplares de património industrial de Coimbra, como se lê na placa informativa. A Casa das Caldeiras foi construída, em 1941, para acolher a maquinaria que gerava energia térmica para o antigo Hospital da Universidade, e recuperada segundo projeto de João Mendes Ribeiro e Cristina Guedes, em respeito pela história do lugar. As imponentes caldeiras adquiridas à firma inglesa S.E. de C. Babcock & Wilcox, em 1939, dominam o espaço, que acaba de reabrir como cafetaria e bar, com uma componente de restauração baseada, sobretudo, no leitão assado da Bairrada.
Ricardo Nogueira, do restaurante Mugasa, em Fogueira, Sangalhos, no concelho de Anadia, integra este novo projeto, que reúne três sócios, e é de lá que vêm os leitões. Com ele estão Nuno Botelho e João Simões, responsáveis pela Casa dos Pregos, e este último também pelo Franguinho de Celas. “Isto era um sonho antigo”, comenta Nuno, no interior da Casa das Caldeiras. Há muito admirava o espaço, que pertence à Universidade de Coimbra e esteve fechado durante mais de três anos.
A Casa das Caldeiras é uma das novidades da restauração de Coimbra. (Fotografias de Maria João Gala/GI)
Sandes e petiscos são os pilares da carta.
Na sala ou na esplanada, são servidos sandes e outros snacks em torno do leitão, como cabidela ou iscas de cebolada, sem esquecer os petiscos do dia, que variam – podem ser rissóis, bôla, até piza. No prato, só mediante reserva de pelo menos um leitão, com 24 horas de antecedência, a saborear numa mesa com capacidade para, no máximo, 12 pessoas.
A ementa inclui ainda sandes com outros recheios (como salmão fumado com guacamole ou bacalhau, azeitona, pimentos e salpicão), uma tosta vegetariana, queijadas e pastéis de Tentúgal. Vinhos e espumante a copo são algumas opções da longa lista de bebidas.
A cafetaria e bar funciona no espaço que já serviu de central térmica do antigo Hospital da Universidade de Coimbra.
Pretende-se que a Casa das Caldeiras funcione também como centro cultural, com pontes para as secções da Associação Académica de Coimbra, seja palco de fado e outros estilos musicais (aliás, ao fim de semana há DJ), mas não só. “É uma casa aberta a propostas, que podem vir dos mais variados quadrantes, a nível de arte”, explica Nuno, pronto a receber ali desde teatro até exposições de pintura e escultura. Os espetáculos vão decorrer na sala do carvão.
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