10 restaurantes tradicionais chineses para ir em Lisboa

Percorra esta fotogaleria para saber onde encontrar restaurantes de várias regiões da China, em Lisboa.

1. YiMian Yuan Ramen, Arroios

O segredo está na massa, massa fresca, amassada na hora, ao balcão, bem à vista de todos. Há massa de carne de vaca cozida, de carne de porco picada à casa, de vaca com piripiri, de entrecosto, salada de massa especial à casa, quem não gostar de sopa na massa o melhor mesmo é bater a outra porta.

As doses são consideráveis (para alguns, dará mesmo para partilhar) e a confeção honesta, sem grandes truques ou pretensões de ser o melhor de Lisboa. Também há crepe vietnamitas, wantan frito (recheado com carne picada), gyoza ou pedaços de frango assado com molho picante. JFO

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

2. Quanjude, Parque das Nações

Esta é provavelmente uma das mais autênticas embaixadas gastronómicas da China em Lisboa. Fica, nem de propósito, no Parque das Nações e tem várias salas amplas, mas é das mesas centrais que se vê o processo de confecção da grande especialidade da carta: o pato à Pequim.

Segundo os dois chefs que se dedicam exclusivo ao prato-estrela, é tudo feito de acordo com a receita tradicional. O pato assado deve comer-se logo assim que chega à mesa, enrolando as fatias num crepe com molho e tiras de alho francês e pepino como manda o ritual. Prova de como a cozinha chinesa consegue ser inventiva e sustentável, surgem ainda a sopa de pato e ossos fritos com molho de pimenta preta. AR

3. Pangzi Mianguan, Martim Moniz

O menu impresso, cheio de ilustrações, é uma invenção recente para agradar ao crescente número de ocidentais que ali vão entrando. Apesar da variedade de opções, convém focar as atenções nas sopas. Sobretudo na de entrecosto de porco, servida em dose generosa, com muita carne, muita couve e noodles caseiros, esticados na pequena cozinha do restaurante.

Numa das paredes, há um menu em mandarim com pratos que não constam daquele que é entregue aos clientes. Pode arriscar-se num deles aleatoriamente, tentar pedir explicações aos empregados ou então usar uma aplicação que leia caracteres chineses como a WayGo. Uma coisa é certa: vale a pena tentar a sorte num destes pratos. TP

4. Happy Noodles, Entrecampos, Lisboa

Quem não saiba vai julgar que, a dada altura da refeição, alguém está a atirar uma bola de basquete contra a parede. Não é o caso. Neste restaurante fazem questão de preparar na hora todas as massas usadas na confeção dos pratos - daí o barulho que vem da cozinha, no piso inferior, mas à vista de todos.

O facto de ser caseira faz toda a diferença, tendo os proprietários optado por uma variedade de noodles típicos de Lanzhou, uma cidade no Noroeste da China. Esta massa fresca feita à mão é muito usada para preparar os ramen ou lamén, sendo que na carta apresentam pelo menos três opções (uma com carne de vaca, outra com chucrute e uma terceira com legumes), fora outras sopas de massa. JMS

5. Dim Sum, Oeiras

O nome não engana: a este restaurante cantonês na parte nova de Oeiras vai-se, sobretudo, pelos dim sum, comida servida em pequenas doses, ao jeito petisqueiro, e sob uma variedade imensa de preparações.

Dividem-se em capítulos de dim sum frito, grelhado ou, o mais popular, ao vapor, com mais de meia centena de possibilidades (sendo que os vegetarianos têm aqui muito com que se regalar). Para os indecisos, há menus-surpresa a partir de 11,50 euros por pessoa. Depois dos «petiscos», sucedem-se capítulos inteiros dedicados a carnes, peixes, massas e vegetais. JM

6. Mi Dai, Martim Moniz

O segredo do sucesso do Mi Dai explica-se pelo crescente desejo, entre o público português, de saborear a verdadeira cozinha chinesa e não os sucedâneos a que estávamos acostumados. Isso e o facto de ter caído nas boas graças de um crescente número de foodies locais - se nos primeiros tempos a dica era apenas passada no boca a boca, hoje é relativamente comum fazer essa mesma partilha nas redes sociais.

E o que torna o Mi Dai especial? Esqueça-se a galinha com amêndoa ou o porco agridoce. Num lugar assumidamente sem cerimónias, o forte da casa são mesmo as suculentas sopas de massa (peixe ou carne) e pratos como lulas com picles de couve chinesa, beringela roxa ou entrecosto frito. Esqueça-se também a lista - aqui o procedimento é apontar para as bandejas na montra, pedir e aguardar pelo melhor. JMS

7. The Old House, Parque das Nações

O nome é inglês, mas a marca é bem chinesa. Esta foi a primeira filial de uma cadeia com mais de 30 restaurantes a abrir fora da China. O ambiente é mais requintado do que aquilo cliente português mais distraído pode esperar de um restaurante chinês, com serviço atencioso e sala confortável.

Na carta, impera a cozinha da província de Sichuan, picante incluído. Peixes, porco, pato, vegetais (e pratos que vão surpreender muitos vegetarianos), mas também coelho, mariscos, assados, um admirável mundo novo para quem nunca se aventurou para lá do chao min de gambas.

8. Mr. Lu, Arroios

É numa rua paralela à Almirante Reis que o premiado cozinheiro chinês trabalha pratos tradicionais da província de Shandon e serve clientes chineses e portugueses numa sala com os clássicos apontamentos vermelhos e cadeiras de madeira escuras.

Os menus são apresentados em português ou mandarim e a língua é talvez uma dificuldade na hora de estabelecer contacto com os funcionários, mas nunca um entrave à boa e autêntica comida chinesa.

Sendo Shandong uma região costeira, é fácil entender a quantidade de pratos com peixe e marisco no menu. O robalo agridoce é um dos mais populares da casa, mas também o caranguejo picante e as espetadinhas de camarão. Quem estiver disposto a aventurar-se pode optar pelas pernas de rã ou pelos corações de frango picantes. MR

9. Estoril Mandarim, Cascais

Neste restaurante da região de Lisboa inaugurado em 1998 o famoso pato à Pequim é rei. Desde então tornou-se uma referência da cozinha tradicional chinesa e sinónimo de excelência. A decoração condiz em luxo com o espaço onde está inserido, o Casino Estoril.

Nasceu do desejo do proprietário, Stanley Ho, de apreciar a verdadeira comida chinesa nas suas deslocações a Portugal e, além do pato, apresenta uma oferta de dim sum de fazer inveja ao que se faz no outro lado do mundo. E é justamente de lá que chegam os ingredientes mais invulgares, como a barbatana de tubarão ou as especiarias.

Entre os tons vermelhos e castanhos, com sala principal e espaços privados, tudo faz parte de uma experiência de partilha à mesa. E no verão a esplanada virada para os jardins do Casino torna-o ainda mais convidativo.

10. Dinastia Tang, Marvila

É uma das boas surpresas dos últimos anos em termos de restauração asiática. Aqui, a cozinha cantonesa é rainha, alicerçando toda a experiência num ambiente quase teatral, cinematográfico, graças à cuidada decoração.

Trata-se de um antigo armazém de vinhos na zona do Poço do Bispo, em Lisboa, aberto desde maio de 2014 como resultado de uma história de amor entre uma portuguesa e um chinês. Marisa Cerqueira e Bilnlu Zhu conheceram-se na cidade de Suzhou. Ela estudava, ele tinha uma loja de artesanato. Apaixonaram-se, casaram-se e, em 2007, mudaram-se para Portugal.

Faltava oferta de um local para eventos orientais na zona de Lisboa e assim surgiu o Dinastia Tang, com salão no rés-do-chão e uma sala imperial no primeiro piso. À mesa, a aposta é na surpresa e na diversidade – sempre a diversidade que caracteriza a gastronomia chinesa.

Há dim sum, claro, mas também raiz de lótus com mel, línguas de pato, frango à Sichuan ou caranguejo salteado com cebolinho, entre muitas outras opções. Entrar aqui é viajar no tempo e no espaço, com esculturas, candeeiros, jarrões, mesas e cadeiras que nos levam para onde o nome indica, algures entre os anos 618 e 917.