Quinta dos Abibes, em Anadia: espumantes de uma região histórica

Quinta dos Abibes. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Foi em Anadia, região histórica de espumantes, que Francisco Batel Marques montou a sua Quinta dos Abibes. Recentemente, apresentou o novo Sauvignon Blanc 2021 e o espumante Baga Rosé 2020.

Quando em 2003 Francisco Batel Marques comprou a propriedade onde agora produz os seus vinhos, esta chamava-se Quinta da Murtosa e estava abandonada há mais de 20 anos. “Não gostava do nome”, admite o produtor, e como esta terra bairradina era ponto de passagem de abibes durante o inverno, rebatizou a terra. Nasceu assim a Quinta dos Abibes, um projeto muito pessoal. “Eu só faço vinhos que gosto. Não sai nenhum vinho daqui que eu, como consumidor, não gostasse de beber”, afirma o produtor, na apresentação das novas colheitas que saem agora para o mercado, o espumante Baga Rosé 2020, com 12 meses em cave e três meses de estágio após o “dégorgement”, e o Sauvignon Blanc 2021.

Francisco Batel divide o seu tempo entre as vinhas da Bairrada e Coimbra, onde dá aulas na Faculdade de Farmácia. “Eu não sou enólogo”, lembra o farmacêutico e professor, que para se dedicar aos vinhos estudou química enológica e “alguma coisa de viticultura”, conta o próprio. O gosto por este mundo vem de longe, da infância: “Os meus avós, de Ílhavo, faziam vinho para autoconsumo e aí foi nascendo o gosto. Adorava ver o processo, identificar as castas. Pela memória visual que tenho dos cachos, acho que eles tinham plantado bical e baga”, recorda.

Francisco Batel Marques é o responsável pela Quinta dos Abibes. (Fotografias de Pedro Granadeiro/GI)

A quinta, situada na Anadia, já soma uma história de quase duas décadas.

É também de miúdo que lhe vem o gosto pelo espumante, que não podia aqui deixar de produzir, não fosse também a Bairrada a mais histórica região portuguesa de produção deste tipo de vinhos. Além do rosé agora apresentado, feito exclusivamente com a casta baga, também produz brancos, com baga e arinto e um 100 por cento arinto, o espumante Sublime Brut 2011, com estágio de 48 meses em cave e seis após o “dégorgement”.

A quinta está agora a preparar-se para aumentar a oferta em termos de enoturismo. Já têm uma loja, que até agora esteve ocupada com vinhos. No entanto, esses vão sair para a cave nova, que está a acabar de ser construída. No final do verão, acredita Francisco, já estará tudo pronto para receber com qualidade quem queira ir conhecer a quinta e os seus vinhos. E passar umas horas do dia em ambiente de muita tranquilidade com vistas para a serra do Buçaco. “Gosto muito deste silêncio, desta paz incrível. Não há muitas casas no meio das vinhas aqui na nossa região e esta foi construída como eu gosto”, remata.

A quinta vai aumentar a sua oferta no enoturismo.

O espumante Baga Rosé 2020 é um dos novos lançamentos da casa.

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