Nesta coffee house em Aveiro o café bebe-se com tempo

A Porta do Café abriu numa discreta rua junto ao Teatro Aveirense.(Fotografia: Maria João Gala/GI)
Apreciar café com tempo, dando-lhe o respeito que o produto merece, é um dos pilares da Porta do Café. Mais do que uma cafetaria, é um lugar para explorar e descobrir o muito que o mundo do café tem para oferecer.

Numa discreta rua junto ao Teatro Aveirense abriu recentemente uma porta que dá passagem ao imenso mundo do café de especialidade. Uma dezena de referências, provenientes de várias partes do mundo, compõe a lista de cafetaria, que se vai alterando consoante o café disponível e para dar a provar um leque mais alargado de variedades. Chegam do Brasil, Colômbia, Etiópia, El Salvador, Costa Rica e muitos outros países, não sem antes passarem pelas mãos dos torradores, que lhe conferem o perfil, mais indicado para expresso ou para filtro, dependendo do tempo de torra. «Todos eles têm notas diferentes, exatamente como o vinho. Até costumo dizer que o barista é o enólogo do café», lança Carlos Calisto, o fundador do projeto, juntamente com Mara Almeida.

Todo o caminho do café é conhecido no rótulo da embalagem, assim como a melhor forma de o extrair, mas quem ali entra também pode contar com a ajuda de Carlos para melhor se ambientar por aquele mundo.

A moagem é feita no momento, consoante o método de extração escolhido pelo cliente – expresso, aeropress, filtro V60, chemex, prensa francesa ou balão -, por isso todo o processo leva algum tempo.

«O café merece ser tratado com respeito. Cada grãozinho destes deu muito trabalho a alguém e por isso há que estimar», defende Carlos, enquanto prepara um café de filtro na Chemex, um dos seus métodos de eleição: «fica mais cristalino», garante.

A Porta do Café é uma espécie de projeto de «pré-reforma», diz em tom de brincadeira, mas a paixão pela bebida nasceu já há vários anos, na Austrália, onde se iniciou no ofício de barista. Daí partiu em viagem pela Indonésia, tendo até passado por plantações de café, e começou a crescer o seu interesse pelo café de especialidade.

Quando regressou a Aveiro, há 3 anos, decidiu que era o momento de trazer o movimento slow coffee para a cidade, que é como quem diz, café com tempo. E ainda promover a consciência social e ambiental em volta do café, já que ali também não há espaço para o plástico. Quem se quiser aventurar por aquele mundo em casa encontra ali os acessórios necessários à extração e pode até comprar o café em grão.

Além do café de especialidade – 100% arábica -, também há alguns blends com robusta, um café mais amargo, «para ir de encontro ao palato do consumidor local, ao que as pessoas estão habituadas», explica Carlos. Pelo que também é lugar para um expresso tomado rapidamente ao balcão.

Para acompanhar há sempre docinhos que ali chegam da padaria Margarida Pão, assim como as quiches à terça-feira, e ainda sandes e tostas para aconchegar o estômago. A sala foi decorada com mobiliário recuperado – há até um banco que guarda uma mensagem secreta por baixo – e não faltam revistas para ler, enquanto se saboreia uma bela chávena de café, com tempo.

Programação
Pontualmente são organizadas tertúlias, lançamentos de livros e até workshops de barista.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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