Beber, ler e petiscar: os verbos do bar Menina e Moça

Neste bar que é também livraria, o ponto de partida é juntar o gosto pela leitura a um espaço para se conviver. Se for com um copo e uns petiscos à frente, tudo se torna tudo muito mais apetecível.

Abriu em fevereiro, no Cais do Sodré, e chama-se Menina e Moça por duas razões: pela obra homónima de Bernardim Ribeiro – e respetiva frase de abertura, «Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe» –, que sempre acompanhou a proprietária, Cristina Ovídio, e também por ser um fado de Carlos do Carmo. E surgiu da vontade de criar um espaço dedicado aos prazeres da vida, que juntasse os livros, as bebidas e os petiscos, e onde as pessoas se pudessem encontrar para conviver.

Mas não só. «A minha ideia também é a divulgação da literatura lusófona, dos autores nacionais, brasileiros e africanos, para os portugueses mas também para os turistas», diz Cristina. «Estou a apostar nas traduções, pelo menos de Pessoa, Saramago e Lobo Antunes. Isto no espaço de leitura, onde fazemos apresentação de livros, tertúlias e música, com jam sessions ao domingo», acrescenta. A tudo isto associa-se um espaço de vinho, cocktails, chá ou scones, entre muitas outras sugestões.

A lusofonia também se faz sentir na música desta livraria-bar, embora nas noites de sextas e sábados seja «um pouco mais agitada» porque o público já não procura tanto a tranquilidade de uma livraria. «Tanto que nessas noites temos umas redes a proteger os livros», sublinha.

Entre as bebidas, a sugestão recai sobre o cocktail Menina e Moça, com medronho, ginja, limão, tomilho e soda. «Também quis selecionar o vinho da casa, o Quinta do Casal Branco, que é de Almeirim, a terra do meu pai, e tem sido muito apreciado», partilha.

A cor enche o Menina e Moça, e para isso contribuem as ilustrações de João Fazenda porque Cristina quis criar «uma espécie de Capela Sistina com motivos de leitura», fotografias de escritores espalhadas pela livraria, «a maior parte são da autoria de João Francisco Vilhena», e os materiais desenhados pelo arquiteto Henrique Vaz Pato. «As cadeiras e as mesas são baixas propositadamente, parecem quase de dimensão infantil, mas permitem-nos ter uma melhor noção do espaço.» Peças únicas feitas especialmente para um espaço único.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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