Não é exagero comparar a Garrafeira Imperial a uma biblioteca de vinhos. São cerca de mil as referências disponíveis na loja, distribuídas conforme as regiões vitivinícolas (Minho, Verdes, Dão, Bairrada, Tejo, Alentejo, Lisboa, Península de Setúbal, Açores e Madeira) e classificadas por ano e com indicação de preço, em prateleiras de madeira e vigas de aço, num ambiente de inspiração vintage.
A morada atual veio acomodar uma garrafeira em crescimento desde há cinco anos, quando Vítor Hipólito – confesso apreciador e conhecedor de vinhos – ainda guardava as garrafas numa pequena sala de um dos seus restaurantes. No Príncipe Real restaurou o que era possível, juntou ao espaço mobílias antigas para recuperar a vocação de antiquário e criou uma sala-cofre, ao fundo, para vinhos especiais.
“Noventa por cento dos vinhos que temos na loja não se encontram nas médias e grandes superfícies. São de produtores pequenos, de pequenas produções ou raridades. No total, temos cerca de mil referências, incluindo vinhos franceses, italianos, espanhóis, chilenos e argentinos”, enumera o empresário rodeado de centenas de garrafas. Peça fundamental no projeto é a jovem Mariana Siqueira.
Visita virtual
Agora, quem visita a loja ganha acesso a uma aplicação que permite fazer uma visita virtual à Garrafeira Imperial, explorando cada prateleira e as fichas técnicas dos vinhos, em qualquer parte do mundo.
Dinâmica e apaixonada por vinhos, sabe ler os gostos dos clientes, ajudar na compra informada e contar as histórias dos vinhos que ali tem – e de tantos outros que estão constantemente a chegar ao mercado. Entre tintos, rosés, naturais e orgânicos, champanhes, portos, madeiras e espumantes, os valores por garrafa começam nos 10 euros. Também vendem azeites e, na tal sala, “vinhos de guarda”.
Esse espaço destina-se a quem quer investir em vinho no espaço de cinco a dez anos, seja em garrafa ou como opção de adega, onde o vinho encontra as condições de temperatura e humidade ideais para ser preservado, até ao momento de ser vendido ou consumido. “A valorização do vinho depende dos prémios ganhos ou da procura em relação à marca ou região no mercado global”, explica Hipólito.
“Temos cerca de 400 referências que já fazem parte do nosso investimento. Uma parte é destinada a venda direta e a outra a venda quando os vinhos estiverem no seu apogeu. Isto já acontece há 20 anos em Inglaterra, com fundos de investimentos de vinhos perfeitamente formalizados, e infelizmente nenhum vinho português faz parte dessas bolsas”, completa o empresário.
Como espaço de divulgação do setor, a Garrafeira Imperial organiza também provas de vinho – uma ou duas vezes por mês, às quintas-feiras -, orientadas pelos respetivos produtores ou enólogos convidados, com a duração de uma hora. A presença requer inscrição prévia e tem um valor de aquisição de pelo menos uma garrafa do produtor, por pessoa. No dia 26 de março, realiza-se a Feira da Primavera, com presença de produtores e mais de 60 vinhos em prova.
Longitude : -8.2245