O que traz este livro?
Este livro ensina as pessoas a cozinhar com água da torneira. Pode parecer um gesto banal, mas é fundamental saber cozinhar e fazer receitas saudáveis, sustentáveis e económicas. São 28 receitas organizadas entre sopas (a sopa faz parte da nossa dieta mediterrânica), pratos vegetarianos, peixe e carne (que fazem também parte de uma alimentação saudável e equilibrada), sobremesas com fruta da época e produtos locais, snacks (para lanches ou festas) e águas aromatizadas.
Que vantagens há em consumir água da torneira?
A maior parte das pessoas pensa que a água engarrafada é melhor para beber ou cozinhar, mas esse gesto provoca plástico e deixa uma grande pegada ecológica, por via do transporte. A água da torneira tem caraterísticas diferentes de região para região, mas é ótima para beber e cozinhar e não requer filtros, uma vez que é extremamente controlada, com rigor constante. Por ser um recurso tão escasso e essencial é preciso saber poupá-la, daí o livro incluir dicas também nesse sentido.
O livro
“A Irresistível Água da Torneira – À Mesa com Fábio Bernardino” está disponível em formato digital, gratuitamente, no website da EPAL. O objetivo da iniciativa é sensibilizar os consumidores para a economia circular e para o consumo local.
Que truques ensina?
Podemos ferver as cascas de cebola ou alho para fazer caldos aromáticos, ou usar cascas de frutas para aromatizar águas; usar a água das cozeduras de brócolos, por exemplo, para cozer ovos ou massa (o que ajuda a conservar as vitaminas dos alimentos e a poupar água); e rentabilizar a mesma panela para várias confeções, o que permite diminuir a quantidade de loiça por lavar, poupando água e energia, por exemplo. Além de recurso do dia-a-dia, a água pode ser alimento das festividades.
Como entraram a sustentabilidade e a saúde no seu percurso?
Licenciei-me em produção alimentar e restauração no Estoril e fiz um mestrado em segurança e qualidade alimentar. Comecei por dar aulas de pastelaria e depois organizei workshops e showcookings e estudei nutrição. Não é propriamente um restaurante que me fascina. Trabalho mais com os setores da saúde e da sustentabilidade, dando formações na indústria farmacêutica, e tenho desenvolvido projetos com a DGS, como o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.
Onde é que o público em geral pode seguir o seu trabalho?
A minha necessidade de cozinhar para as pessoas e de as acompanhar surgiu logo nos primeiros dias de pandemia, quando comecei a fazer diretos no Facebook e no Instagram ensinando algumas técnicas de cozinha e como gerir as proporções dos alimentos, com vista a uma alimentação mais sustentável e saudável. Todos os dias cozinho receitas no Instagram, às 19 horas, sob o lema “Sabores que nos unem”, e sou chef residente do programa “A nossa tarde”, com Tânia Ribas de Oliveira, na RTP.