Está de volta a World Class, para eleger o melhor bartender nacional

João Costa, do bar Torto, vencedor do ano passado. (Fotografia de André Rolo/GI)
A oitava edição da competição World Class Portugal vai escolher em junho o bartender que irá representar o nosso país na final mundial. Este ano, o tema central é o fogo.

Com o objetivo de encontrar o melhor bartender português, a World Class Portugal está de volta com a sua oitava edição. As inscrições da competição estão abertas, até 15 de abril, com uma semifinal a acontecer em maio e uma final em junho, onde se escolherá o bartender que irá representar Portugal na World Class a nível internacional (em setembro, este ano em São Paulo), maior competição de cocktails e bares do mundo.

Até lá, e à semelhança do que aconteceu no ano passado, a iniciativa organizada pela Diageo tem vindo a promover encontros de norte a sul entre novas promessas do setor e bartenders, chefs e produtores com cartas dadas, de forma formativa e interativa, partilhando conhecimento, técnicas, dicas e fomentando inspiração em quem se vai inscrever este ano no concurso, que terá como tema geral o elemento Fogo – sequência do ciclo iniciado em 2022, em torno do tema Terra, e que dará a volta aos quatro elementos.

O mais recente encontro aconteceu na Grande Lisboa, no Club BBQ, em Terrugem. Um dos participantes foi o chef João Rodrigues, do projeto Matéria, que mostrou a ligação intrínseca entre gastronomia e cocktails, com exemplos como picles de batata, calda de bacon, goma de banana, óleos aromatizados, katsuobushi ou infusões de couve. Outros presentes foram Bel Augusta, criadora das kombuchas Kombu Viva, em parceria com o Chá Camélia, em Vila do Conde; Paulo Gomes e Emanuel Minez, donos dos bares lisboetas Red Frog e Monkey Mash, e criadores de uma das provas da edição deste ano; ou Fernanda Botelho, autora, especialista em plantas silvestres e medicinais e nome forte do foraging em Portugal, que deu a conhecer espécies silvestres – muitas esquecidas – como serralhas, capuchinhas, azedas, acelgas bravas, chorões, alhos bravos ou funcho.

João Rodrigues, do projeto Matéria, foi um dos convidados presentes. (Fotografias: Tiago Maya)

“A ideia destas atividades é trazer para junto dos bartenders produtores locais, chefs de cozinha e bartenders reconhecidos para transmitirem conhecimento, não só numa perspetiva educacional, mas também de enriquecimento. Quebrar preconceitos e barreiras, abrir horizontes. A criatividade é o limite”, explica Honório Oliveira, reserve brand embassador do World Class em Portugal da Diageo.

Sobre os oito anos da competição por cá o responsável faz um “balanço muito positivo” e fala em “evolução notória”. “Nos últimos dois anos, quebrámos recordes de participante e de resultados a nível global. O nosso nível de bartending em Portugal está a subir imenso. O posicionamento do Red Frog no 40.º lugar na lista dos 50 melhores bares do mundo ajuda e é um reflexo disso mesmo. Os cocktails em Portugal estão a evoluir em qualidade e em quantidade, porque cada vez também se bebem mais e melhores cocktails”, adianta Honório.

Honório Oliveira, brand embassador do World Class em Portugal da Diageo.


5 perguntas ao vencedor do World Class Portugal 2022

João Costa, portuense de 29 anos, bar manager do Torto, no Porto

O bartender portuense João Costa.

Há um ano venceu a competição a nível nacional. Como foi participar?

A participação foi muito gratificante. Olhando para trás, reparo no impacto que isso teve, nos frutos que deu. Todos aqueles dias mal dormidos e muita pesquisa, deu o fruto final, que foi vencer.

O que fez na prova final?

Foram três desafios. Um foi um clássico da competição, o Speed Round, onde temos seis minutos para realizar seis cocktails clássicos. Depois havia outro desafio, o Single Ingredient, com um ingrediente só e modificá-lo de forma diferente para este encaixar em quatro cocktails diferentes, durante oito minutos. E a última, era uma caixa-mistério com ingredientes aleatórios. Eu tive whisky, chá de especiarias, alho negro, alperce e ervas aromáticas. Fiz uma espécie de um Highball, infusionei o chá no whisky com alho negro para lhe dar notas mais exóticas e picantes, com a fruta fiz um cordial e com a sálvia fiz uma soda.

Que importância tem este tipo de competições para novos talentos?

São muito boas para evoluirmos como profissionais, para conhecermos pessoas de zonas diferentes, unidas pelo mesmo objetivo. Para criar relações, para nos ajudarmos no futuro.

Que três qualidades deve ter um bom bartender?

Uma acaba por englobar todas, a hospitalidade. Em Portugal, somos muito hospitaleiros. É raro ires a um bar e não te sentires bem recebido. Depois, a criatividade, que vai despertar a curiosidade e fazer o público voltar. E a disciplina.

Como está o mundo da mixologia em Portugal?

Quando comecei, há seis, sete anos, havia um ou dois bares de referência a nível nacional. Hoje, existem imensos. Estamos num bom caminho. Portugal já está no mapa, e tendência vai ser crescer ainda mais.




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