Sítio do Fariseu, no Vale do Côa, vai abrir ao público este verão

O painel rupestre foi encontrado no sítio do Feriseu, no Parque Arqueológico de Foz Côa, situado em Vila Nova de Foz Côa. (Foto: Rui Manuel Ferreira/Global Imagens)
Fundação Côa Parque anunciou que o sítio arqueológico do Fariseu será aberto ao público, no verão, terminada a campanha arqueológica que revelou “a maior gravura ao ar livre” gravada na rocha, representativa de um auroque (boi selvagem).

O sítio arqueológico do Fariseu, no Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), em Vila Nova de Foz Côa, deverá abrir ao público este verão dando a possibilidade de ver, ao vivo, aquela que é considerada pelos investigadores “a maior gravura ao ar livre” gravada na chamada “rocha 09” – um auroque (boi selvagem) com 10 metros de comprimento.

“A fundação está muito comprometida com este espaço arqueológico, o qual deverá ser aberto à visitação pública durante o próximo verão. O sítio do Fariseu tem um grande potencial arqueológico e será um novo espaço de atração turística e científica do Parque Arqueológico do Vale do Côa”, disse à Lusa a presidente da fundação, Aida Carvalho.

O sítio do Fariseu é o mais recente sítio de prospeção arqueológica em todo o PAVC e tem revelado “achados surpreendentes”, segundo a equipa de investigadores que nele tem trabalhado desde abril de 2020. A descoberta da dimensão total da gravura rupestre só foi possível graças à EDP, que baixou o caudal do rio Côa na albufeira do Pocinho e ajudou a pôr a descoberto zonas normalmente submersas.

“Este é o maior painel gravado com motivos rupestres existentes no Vale do Côa, com uma composição que demonstra um outro interesse científico, porque estamos num sítio privilegiado ao nível da arte rupestre”, vincou o arqueólogo Thierry Aubry, da Fundação Côa Parque, à Lusa. São novas pistas que ajudam a perceber a relação entre a vida quotidiana do Paleolítico Superior e arte do Côa.

A chamada “rocha 09” do Fariseu representa um dos principais núcleos de arte rupestre do Vale do Côa, classificados como Monumento Nacional, e inscritos na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A escavação surgiu no contexto do estudo do contexto arqueológico da arte paleolítica do Vale do Côa, que se vem desenvolvendo há mais de 25 anos.

O PAVC detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30.000 anos, cada vez mais expostas a adversidades climatéricas e geológicas. O PAVC foi criado em agosto de 1996. A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade, pela UNESCO.




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