A rua do Porto que nasceu à volta de uma capela

O Supernova Café é um dos novos espaços da rua Guedes de Azevedo, no Porto. (Fotografia de Igor Martins/GI)
No caminho entre o Bonjardim e Santa Catarina, a Rua Guedes de Azevedo passou por uma discreta transformação, perdendo espaços emblemáticos e ganhando outros.

Textos de Francisca Graça e Dora Mota.

A Rua de Guedes de Azevedo nem sempre foi considerada rua. A sua história começa no século XIX, quando era só chamada caminho de Fradelos e tinha uma pequena fonte com a imagem de Nossa Senhora da Boa Hora, que deu origem à capela que ainda ali se encontra. Há algo de primordial no pequeno templo com fachada de azulejos, porque parece que tudo foi construído à sua volta.

De certa maneira, foi. Esta rua, que vai desde o Bonjardim até Santa Catarina, ganhou o nome do capitalista João Guedes de Azevedo após o contributo deste portuense para as obras da Capela de Nossa Senhora da Boa Hora de Fradelos. Ela funciona hoje como uma marca histórica, numa zona que se tornou comercial e cheia de movimento, situando-se o icónico parque de estacionamento Silo Auto.

Ali já não se encontra a famosa confeitaria/restaurante Cunha, mas há espaços que continuam a conferir singularidade à rua, como a loja Homem do Mato, o café Locarno e alguns espaços novos, com o Supernova.

 

01. Prana Bazar | Nº 25

O gosto pelo esoterismo e a vontade de criar uma relação especial com os clientes são as razões pelas quais Fernanda Cunha mantém este bazar. Estão à venda, por exemplo, imagens de figuras religiosas, pedras da vida, mãos de Fátima e incensos. De segunda a sexta, das 14h30 às 18h30.

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

 

02. Mercato Loft Store | Nº 123-125

É uma charmosa loja de decoração, com recantos que apetece reproduzir tal e qual em casa. Vende peças artesanais e vintage, numa mistura de estilos, do tradicional ao contemporâ- neo. Ali encontram-se peças em madeira e cerâmica, cestos, móveis e textêis. Alberga também um ateliê de design e arquitetura. Abre de segunda a sexta, das 10h às 18h; sábado até às 17h.

 

03. Café Locarno | nº 135

O caráter deste antigo café no cruzamento com a Rua do Bolhão assenta no ambiente familiar que ali se vive. É uma janela para a rua, naquela esquina movimentada, e têm boa reputação os seus cachorros quentes. Está aberto desde as 6h30 até às 19h30 e serve diárias (5,5 euros).

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

 

04. Restaurante Nun’Álvares | Nº 195

As tripas à moda do Porto são uma das especialidades deste restaurante com um estilo bem portuense – incluindo os funcionários de simpatia fácil e bom humor que parecem fazer parte da casa. Pelo menu, passam também arroz de marisco, filetes de pescada, bacalhau à Braga, carne de porco à alentejana, para rematar com uma rabanada. Preço médio: 10 euros.

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

 

05. Supernova | Nº 219

É a cafetaria do hostel com o mesmo nome, mas está aberta ao público, que pode ficar a conhecer a sua decoração peculiar, que se vê da rua. O cosmos é o tema do Supernova, e no teto e nas paredes há pinturas de planetas e estrelas, assim como candeeiros que parecem nuvens. Ali servem-se refeições como o superpequeno-almoço (4 euros) e almoço (6 euros). Abre todos os dias das 8h às 22h.

(Fotografia de Igor Martins/GI)

06. Homem do Mato | Nº 218

Começou por ser uma loja online, criada por um aficionado por artigos militares e pela recriação histórica. Tem agora um espaço físico nesta rua, graças à paixão do dono, que afirma ter “a melhor profissão do Mundo”. Ali encontram-se roupas e acessórios em camuflado, e até o teto está forrado por uma rede militar, o que faz com que se entre numa espécie de cenário. Há fatos de caça a partir de 30 euros, capacetes, canivetes, máscaras antifumo, bolsas e mochilas, com algumas peças militares importadas. De segunda a sábado, das 10h30 às 19h.

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

 

07. Chaves Simões | Nº 236

Fernando Simões está no ramo chaveiro há cerca de 40 anos e viu o seu negócio transformar-se. Por exemplo, as chaves a darem lugar aos cartões eletrónicos, levando-o a adaptar-se a essa nova realidade. A procura de chaves diminuiu, mas não a paixão de Fernando pelo ofício.

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

 

08. Forno de Pedra | Nº 245

É um segredo bem guardado do corpo de trabalhadores daquele quarteirão da Trindade este restaurante com uma sala confortável e boa comida quotidiana a preço em conta. A carta pode ter surpresas de peixe fresco e pratos tradicionais, com várias ofertas nos menus do dia. Há-os em dois preços, o económico por 5 euros e um mais completo por 7,8 euros. Está aberto todos os dias, das 11h30 às 16h e das 19h às 24h.

(Fotografia de Ivo Pereira/GI)

 

Capela de Fradelos

É um dos vestígios do passado daquele lugar e teve origem numa fonte com a imagem da senhora da boa hora. a capela foi construída em 1804 e reconstruída em 1893.

(Fotografia de José Carmo/GI)




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