O antigo roseiral de Serralves tem nova vida

Projeto de recuperação do Roseiral do Parque de Serralves, no Porto. (Fotografia de André Rolo / Global Imagens)
O projeto de renovação do espaço icónico dos jardins daquele parque portuense terminou e a sua nova vida acaba de começar. Agora, é ir assistindo, a cada ano, à floração das rosas e ao seu crescimento.

Dois arquitetos paisagistas e a equipa de 11 jardineiros do Parque de Serralves trabalharam, nos últimos quatro anos, para recuperar o roseiral que foi apresentado esta segunda-feira na sua versão final – mas não no seu momento mais belo. Esse acontecerá na primavera, quando todas as rosas estiverem floridas e as variedades trepadeiras tiverem crescido e abraçado um pouco mais a pérgula. Ou então, de forma figurada, durante a visita ao projeto artístico Serralves em Luz, patente até 31 de outubro, que ilumina a pérgula com o degradé de cores que o roseiral em flor terá quando estiver mais desenvolvido.

À medida que o roseiral, com mais de 29 variedades de rosas e mais de 1800 pés, se for desenvolvendo, haverá sempre a mudanças a observar naquele que é um dos espaços mais icónicos do Parque de Serralves, que foi inicialmente projetado como uma horta. Em planos seguintes, porém, evoluiu para o jardim que é hoje e se estende desde a pérgula até ao octógono com uma fonte no centro, passando pela zona do “parterre”, em cujos canteiros se concentra a maioria das rosas.

“O objetivo era fazer um roseiral duradouro, que enfrentasse o problema da mudança de clima, da sustentabilidade e do sequestro de carbono. O roseiral que vinha dos anos 30 e 40 chegou àquela idade de estar completamente exausto”, declarou o arquiteto paisagista britânico Gerald Luckhurst, que trabalhou em parceria com outro paisagista, este da equipa técnica do próprio parque, Ricardo Bravo. “Queríamos um roseiral com o sentimento dos anos 30 e 40, que foi quando foi construído, mas tecnicamente evoluído para o século XXI”, afirmou o paisagista da casa.

Nesta harmonização entre o caráter clássico do roseiral e as circunstâncias do presente, foram preservados ou recuperados alguns elementos – como a estrutura de canteiros, os suportes para as roseiras de pé alto ou trepadeiras – e introduzidas mudanças de fundo. Uma delas foi a substituição de todas as sebes de bucho, assoladas por pragas, por sebes de murta; a outra foi o cultivo de variedades de rosa mais resistentes, o que implicou a retirada das mais antigas e mais frágeis.

Foram eliminadas todas as velhas roseiras, menos duas: na pérgula, podem ver-se duas antigas e vigorosas roseiras com valor histórico. Uma delas é uma roseira Bela Portuguesa, variedade criada nos anos 1920, tendo este espécime perto de 100 anos; a outra é uma roseira de Santa Teresinha, uma variedade tradicional e muito cultivada nos jardins portugueses. “Os jardineiros não nos deixaram arrancar essas”, brincou Gerald Luckhurst.

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