É uma cidade milenar, que já foi capital de Portugal e acolhe a universidade mais antiga do país, mas a sua oferta não se esgota nesse património, que é da Humanidade. A Coimbra contemporânea também merece atenção, até porque há projetos novos em redor do Mondego. É o caso do HÄSTENS SLEEP SPA – CBR BOUTIQUE HOTEL, que surgiu em maio, no Largo da Portagem, e propõe “uma experiência superlativa de sono”, passando uma noite “na melhor cama do Mundo”, explica Tiago Marques, assistente de direção. Refere-se às camas da marca sueca
Hästens, feitas por mestres artesãos, com matérias-primas naturais, segundo métodos que remontam a 1852. Os 15 quartos duplos têm camas Herlewing, de edição limitada, menu de almofadas e outras comodidades.
Ainda assim, é inevitável falar da Universidade, ali chegados. Afinal, a decoração remete para a Biblioteca Joanina, que já inspirara a loja de conservas da Comur no piso térreo, também pertencente ao Grupo O Valor do Tempo. Por exemplo, a forrar as casas de banho dos quartos estão lombadas de livros esculpidas à mão, em mármore, com os títulos e nomes dos autores gravados em ouro. E o andar superior, onde são servidos chá da tarde e pequeno-almoço (e que dá acesso ao rooftop), acolheu a sede da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra. Por
isso, a sala tem representadas nas paredes publicações de ex-alunos – como Miguel Torga, escritor e médico que deu consultas naquele mesmo largo.
Opção bastante distinta é o projeto BIXOS/ZERO BOX LODGE, que reúne alojamento, restaurante e bar num só edifício: a antiga garagem Santa Cruz, na Avenida Emídio Navarro. Abriu em junho, por iniciativa da Mainside, responsável por projetos como o Zero Box Lodge Porto ou a LX Factory, mantendo vestígios do tempo em que foi garagem, gasolineira e stand de automóveis.
É um espaço que “sai fora da caixa”, comenta a diretora, Natália Silva. Desde logo, porque disponibiliza 44 “boxes” de madeira, a lembrar os hotéis cápsula japoneses, mas redimensionadas, com cama de casal e casa de banho. “Não há televisão nem janela com vista, o propósito é dormir”, sublinha o rececionista João Porto, enquanto mostra os quartos, pensados para quem quer desfrutar da cidade.
Subindo as escadas vermelhas em caracol, chega-se ao restaurante-bar Bixos (uma referência ao livro de contos de Torga), e é difícil tirar os olhos da obra de Leonel Moura que mostra uma mulher a erguer um elefante. A música é presença constante, com DJ à sexta e ao sábado, e a cozinha tem base italiana: há tábuas de queijos e enchidos de Itália, massas e pinsas, em vez de pizas. A pinsa “tem menos 50% de energia, açúcar e carbohidratos, menos 80% de gordura que uma piza”, lê-se na ementa, que inclui ainda pratos de carne, sobremesas, vinhos e cocktails.
Criatividade da mesa às telas
Num pulo, chega-se ao Quebra Costas, também com novidades. Entre elas, o OAK, restaurante fundado, em setembro, por Tomás Carvalho e Adriana Aires. Por ela ser do Norte, a especialidade são as francesinhas, só que confecionadas de forma “mais saudável”, sem fritos e com um molho “100% vegetal”. Em vez de ovo estrelado, levam ovo escalfado, e as batatas aos palitos são feitas no forno.
Existem três francesinhas: de frango e alheira, em pão de beterraba; de porco ou novilho, em pão de sementes de girassol e milho; e, por fim, a vegetariana, uma combinação de beringela, curgete, pimentos e cogumelos, em pão de alfarroba ou quinoa, adaptável a veganos. Há ainda alguns pratos alternativos, vinhos e cervejas artesanais, nesta casa com nome de família: “oak” significa Carvalho, em inglês.
Outro espaço a descobrir bem perto é o CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE COIMBRA, que acolhe 193 obras do Estado outrora pertencentes ao BPN. “De que é feita uma coleção? Tensão e Narratividade”; é a terceira exposição de um ciclo que arrancou em julho de 2020, com a abertura daquele equipamento municipal. Trata-se de um conjunto de “peças que têm a palavra inscrita ou uma escrita em potência e, ao mesmo tempo, uma certa narratividade", esclarece o curador do Centro, José Maçãs de Carvalho.
Criações de autores como Eduardo Luiz, Helena Almeida ou Matt Mullican distribuem-se por três pisos, estando o primeiro temporariamente fechado, no âmbito de um projeto de digitalização das obras de arte. Até fins de março, as visitas decorrem só de segunda a sexta, com entrada gratuita. A próxima exposição deverá ser inaugurada no dia 9 de abril, coincidindo com a realização da Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra. Mais uma razão para voltar.
Esplanadas sobre o rio
O PARQUE VERDE DO MONDEGO, que se estende pelas duas margens do rio, ligadas pela ponte Pedro e Inês, tem percursos pedonais e de ciclovia, parques infantis e um urso gigante na margem direita, junto às docas. Esse espaço com esplanadas sobre a água, serviços de restaurante, bar e gelataria reabriu há menos de um ano, após obras de requalificação decorrentes das cheias de 2016.
Joias num novo showroom
Li Furtado deixou o emprego como consultora em planeamento do território, em 2017, para se dedicar à CINCO, a marca de joias que fundara, online, quase por brincadeira. A sua montra virtual soma já cerca de 300 referências, peças em prata e ouro, com uma certa toada vintage e minimalista, ainda que algumas sejam mais vistosas. O objetivo é “elevar o look”. O site continua a ancorar as vendas da marca, que agora também tem um showroom aberto ao público, em Coimbra.
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