The Simpsons: quem diria que eles andam por aí há 33 anos!

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Diz-se que é a família amarela mais velha da televisão em todo o Mundo. E é! Já lá vão quase 33 anos desde a sua estreia, a 19 de abril de 1987, então em formato de curtas-metragens com cerca de dois minutos cada, inseridas no programa «The Tracey Ullman Show», emitido pela Fox.

Por lá andou durante três temporadas, até assentar arraiais no horário nobre do mesmo canal, como a série que hoje conhecemos como «Os Simpsons». Foi em dezembro de 1989 e, desde então, a criação de Matt Groening nunca mais saiu da caixinha mágica.

No passado domingo de Páscoa, Bart e o restante agregado teve honras de destaque no Fox Comedy, que lhe dedicou uma maratona especial com sete novos episódios (do 7.º ao 14.º) da 31.ª temporada. Mas qual é o segredo para a longevidade destes desenhos animados que já chegaram a retratar os portugueses Cristiano Ronaldo e João Félix? As razões são muitas, mas vamos começar por colocar os pontos nos is: Matt Groening, cartoonista que assina a criação, não é o verdadeiro responsável pelo êxito, diz o livro «Simpsons: An Uncensored, Unauthorized Story».

Na verdade, quando tinha 23 anos, o argumentista vivia em Los Angeles e sonhava com uma carreira como escritor. Os entraves com que se deparou fizeram-no odiar a cidade e Groening extravasava dando vida aos desenhos animados «Life in Hell», que iam sendo publicados em revistas alternativas e acabaram por chegar às mãos de James L. Brooks. O produtor quis comprá-los, mas Matt recusou por não querer perder os direitos comerciais para a Fox.

Em troca e para calar Brooks, ofereceu-lhe… os Simpsons. Diz aquela obra que se inspirou na sua própria família para desenhar as personagens num guardanapo de café – Homer, Marge, Lisa e Maggie são os nomes do pai, da mãe e das duas irmãs, respetivamente. Bart é fictício!

Daqui até entrar em «The Tracey Ullman Show» foi um pulinho – as vozes até foram entregues a Dan Castellaneta (Homer) e Julie Kavner (Marge), que integravam o elenco de atores do formato de comédia.

O responsável pelo resultado final dos guiões, acusa o mesmo livro, era Sam Simon. «Matt Groening era o rei do marketing. Ele ficava sentado na sua sala a assinar pósteres e a criar novas maneiras de fazer merchandising, enquanto Sam e outros argumentistas produziam episódios brilhantes», aponta o editor Brian Roberts. O conflito entre Groening e Simon foi tão grande, que este acabou mesmo por se despedir ao fim de quatro temporadas. Ainda hoje recebe uma percentagem dos lucros.

O primeiro salto para a fama surgiu quando Rupert Murdoch, proprietário da Fox, quis fazer frente ao The Cosby Show, há anos líder de audiências ao domingo à noite na CBS. Os Simpsons passaram a fazer-lhe concorrência e o talk show acabou por ser cancelado meses mais tarde.

E se o segredo está na irreverência de Bart, na inocência de Homer, nos cabelos azuis de Marge, na inteligência de Lisa ou na esperteza de Maggie, fique a saber que os cerca de dezena e meia de argumentistas não saíram de Hollywood: foram recrutados a uma das mais prestigiadas universidades do Mundo.

«Entre a 2.ª e a 8.ª temporadas, pelo menos 80% deles tinham vindo de Harvard», contou o produtor Bill Oakley. São eles, frisam os críticos, que dão sofisticação ao humor da série, repleta de referências culturais, sociais e políticas. A estes juntaram-se, quem diria, cientistas: há licenciados em Neurociência Cognitiva, Matemática e Química.

Por mais justificações e equipas criativas que se reúnam, a própria Fox encontrou um outro motivo para o sucesso de «Os Simpsons». E é um motivo bem mais simples, como já explicou o produtor Jay Kogen: «Nós pensávamos que estávamos a escrever programas inteligentes e especiais, cheios de boas piadas. Foi aí que tivemos acesso a um estudo feito pela Fox. Ele mostra que os principais motivos pelos quais as pessoas gostam dos Simpsons são as cores bonitas e quando Homer bate com a cabeça». Doh!

«Doh!» no Dicionário de Oxford

Os Simpsons influenciaram a cultura popular. «Doh» , o «grunhido de insatisfação» de Homer, em 2001, foi incluída no Dicionário de Inglês de Oxford.

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Quase 700 episódios de sátira

Os episódios produzidos até à data renderam 31 prémios Emmy. Foi o primeiro programa de animação a receber um Peabody.

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Não se livram das críticas

Os maus exemplos levaram George Bush a afirmar: «vamos fazer famílias serem mais parecidas com os Waltons e menos com os Simpsons».

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Quando vai terminar?

O fim da série foi anunciado no ano passado. A culpa foi de Danny Elfman, compositor do tema de abertura: «Ouvi dizer que esta temporada vai ser a última». A Fox ainda não se pronunciou.

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