Rita Quintela: “O tricô promove encontro e partilha”

Rita Quintela, tricotadeira, é responsável pelo projeto Tricota a Ria. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)
Aprendeu a fazer malha quando era criança, quase com 50 anos, Rita Quintela cumpre o sonho de ver um projeto de tricot tomar conta do espaço público na cidade de Aveiro, depois de vencer o Orçamento Participativo.

O que é o projeto TricotaRia? Como é que nasceu essa ideia?
É um projeto baseado nas atividades comunitárias do Grupo Tricot´Aveiro e que foi candidato ao Orçamento Participativo com Ação Direta do Município de Aveiro. O projeto chegou à fase final e foi um dos mais votados pelos munícipes. E será implementado a partir de setembro com um orçamento de cerca de 16 mil euros, que nos permitirá ter um espaço e desenvolver atividades com a comunidade.

O tricô tem estado muito presente no espaço público de Aveiro, a que se deve isso?
É uma cidade muito rica do ponto de vista das iniciativas dos cidadãos e que sabe acolher e respeitar as vontades das pessoas em equilíbrio com as vontades políticas. O Grupo Tricot´Aveiro, apesar de inexistente do ponto de vista jurídico, tem tido um bom suporte, quer do município quer de outras entidades. Levar o tricot para a rua tem sido um processo e o Grupo Tricot´Aveiro tem tido um papel fundamental neste caminho.

Tricotar pode ser um vício, mais do que uma terapia?
Não. Um vício é um conceito com uma conotação negativa e eu não vejo nada de negativo no ato de tricotar. É uma terapia que ajuda em muitos vícios.

O que é que o tricô lhe trouxe, ao longo da vida?
Esta resposta daria para escrever um romance – aprendi a tricotar com as minhas tias e com a minha mãe. Tenho muito boas memórias desses momentos…. Além de memórias, trouxe-me muitas camisolas bonitas, grandes amigos, a capacidade de abstração do rebuliço do dia-a-dia, a perseverança (fazer e desmanchar…), a destreza mental e manual, o envolvimento comunitário, e tantas outras coisas. Aprendi a fazer malha quando era muito pequena, com 5 ou 6 anos. Não me lembro da primeira peça que fiz, mas lembro-me de ser muito pequena e querer fazer coisas complicadas. Ainda hoje prefiro modelos que deem luta.

O que mais gosta de tricotar?
Depende tanto… Mas vá lá, diria que meias com cinco agulhas.

Como é que fazer tricô pode melhorar a vida das pessoas?
Há muitos benefícios estudados e publicados que vão desde o alívio do stress à recuperação de mobilidades. A esses, eu junto os benefícios do tricô enquanto atividade comunitária que promove o encontro entre as pessoas e os espaços e a partilha dos saberes individuais.

Saber mais sobre o Tricot’Aveiro
Pode acompanhar os projetos do grupo Tricot’Aveiro na página de facebook , onde fica a conhecer também as datas dos encontros, que acontecem com regularidade, em espaços públicos. Veja em facebook.com/TricotAveiro.




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