Almendrados e biscoitos de milho, aletria e arroz-doce, bolachas de gengibre e canela, broas podres e económicos. Bolos de azeite e alfarroba ou de batata- -doce e nozes, queques de laranja, bolo de maçã e mel. Derrota qualquer lambareiro apenas ler o índice do último livro da trilogia sobre petiscos da dupla Isabel Zibaia Rafael e Virgílio Nogueira Gomes, recente nas livrarias.
Este “Petiscos de açúcar e de mel” é o único dedicado aos doces, depois dos petiscos do rio e do mar e das miudezas à portuguesa, todos da editora Marcador. Tal como os anteriores, apresenta-se à laia de caderno de receitas simples e de hospitaleiros aromas, daquelas que dão igual alegria a quem cozinha e a quem come – bem ilustradas com fotografias de Ricardo Rafael.
“São receitas que podem ser sobremesas, mas o nosso principal objetivo é preservar a tradição de ter em casa um bolinho, um biscoito ou «uma fatia de bolo prontos a comer a qualquer hora do dia”, dizem os autores, que dedicam também parte do livro a alguns factos sobre os ingredientes agregadores, o açúcar e o mel.
A capa do novo livro.
Isabel Zibaia Rafael, ribatejana, é uma bloguista de culinária bem conhecida da Internet, autora do blogue – e respetivos braços nas redes sociais – Cinco quartos de laranja, que começou em 2006. Além do trabalho no blogue, é autora de livros de cozinha, colabora com revistas e programas de TV, e faz workshops e showcookings.
Virgílio Nogueira Gomes, transmontano, é também reconhecido pelo seu trabalho de inventariação das tradições da mesa portuguesa (que deu origem a vários livros), é cronista e dá aulas de história da alimentação.
A série começou com o livro “Petiscos e miudezas à portuguesa”, dedicado “às partes menos nobres do nosso património alimentar”, segundo os autores. A ideia foi honrar a comida boa e barata com ingredientes como fígados, língua de vitela e mão de vaca, rabo de boi, molejas, túbaros, bochechas, coração e outros. Seguiram-se “Petiscos do rio e do mar”, outro inventário de cozinha simples assente em produtos fáceis de encontrar no supermercado, para ajudar a manter “conversa à mesa”.
