Na Herdade do Sobroso, na Vidigueira, faz-se enoturismo à beira do Guadiana

É nesta sala de barricas que decorrem as provas da Herdade do Sobroso. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)
Os atributos da Herdade do Sobroso, na Vidigueira (distrito de Beja), justificam um pequeno desvio antes de chegar à cidade de Beja. Aberto a visitantes ocasionais e hóspedes, tanto permite fazer provas de vinho e almoçar, como pernoitar em quartos e suítes decorados em estilo rústico.

Filipe Teixeira Pinto agarra num dos pequenos calhaus rolados que se encontram soltos na vinha. “Há milhares de anos este sítio era o leito do Guadiana, por isso temos uma mistura de solos de xisto e pedregosos. Em conjunto com as grandes amplitudes térmicas próprias da falha da Vidigueira, um relevo natural com 420 metros de altitude que marca a fronteira entre o alto e o baixo Alentejo, e a entrada dos ventos húmidos no cruzamento entre a Serra de Grândola e a do Mendro, conseguimos ter aqui um terroir com caraterísticas únicas”, diz.

Das uvas nele produzidas resultam vinhos que o enólogo da Herdade do Sobroso descreve como “frescos, minerais e elegantes”, sobretudo no caso dos tintos, que representam 70% da produção e são “mais frescos que os tintos de outras zonas do Alentejo”, na sua opinião. Da gama composta por sete marcas – Anas, Sobroso, Herdade do Sobroso Reserva, Cellar Selection, Grande Reserva, Arché e Élevage -, o responsável destaca o último, de Perrum e Antão Vaz, que é estagiado em ânforas italianas com um método adaptado ao século XXI.

Sofia Ginestal Machado e Filipe Teixeira Pinto. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

A herdade tem 11 quartos e uma suíte. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

Cada garrafa encerra dois mil anos de História, afinal, já os romanos que então povoavam a Vitigéria produziam vinho nas margens do rio Guadiana, batizado como rio dos patos (anas significa “pato” em latim) e que corre mais de três quilómetros na Herdade do Sobroso. Comprada há 23 anos pelo arquiteto portuense António Ginestal Machado, a herdade com 1600 hectares de cultivo, montado, floresta e 60 de vinha passou a ser gerida “praticamente do zero” por Filipe e pela sua mulher, Sofia Ginestal Machado, engenheira zootécnica.

Bochechas de porco, um dos pratos do restaurante. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

Hoje, a adega organiza visitas com prova comentada de três vinhos e tábua de queijos, ou com prova de dois vinhos e um almoço no restaurante Terrace, cuja cozinha é comandada por Josefa Pepas. Com 69 anos e toda a experiência que daí advém, a cozinheira envia para a mesa petiscos como queijo grelhado com compota de figo, pastel de massa tenra de cação, espargos com ovos e empadas de pato; não sem antes sugerir que é obrigatório guardar apetite para comer a bochecha de porco e as sobremesas de sabor conventual.

Na vertente hoteleira, a Herdade do Sobroso Wine & Luxury Boutique Hotel tem 11 quartos e uma suíte na casa principal, e outras quatro júnior suites e uma master suite num edifício independente. Os hóspedes podem ainda dar mergulhos numa piscina de rebordo infinito debruçada sobre o vale de vinhas e fazer atividades, desde passeios a cavalo e de balão de ar quente a tours de jipe, piqueniques, passeios de caiaque e de barco. Ou, tão só, observar aves, das quais se conhecem 60 espécies. No terreno também há veados, gamos e javalis.

O espaço tem várias áreas de usufruto comum. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

É possível fazer diferentes provas de vinho. (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

 

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