Dois espaços históricos de investigação científica abertos a visitas, em Gaia

Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
A Universidade do Porto abriu ao público, para visitas guiadas, o Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros e o Instituto Geofísico. Mergulhos na história do planeta, mas também das relações geoestratégicas.

Ficar a conhecer um raríssimo telescópio Círculo Meridiano de Espelho e uma estação sísmica do tempo da Guerra Fria é o que propõe a Universidade Porto (UP) em parceria com a Secret Spots, empresa de passeios turísticos. Nas visitas guiadas, que decorrem todos os sábados às 15 e às 16.30 horas, os visitantes são guiados por alunos da UP para ficarem a conhecer dois equipamentos históricos.

Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Em conversa com a “Evasões”, Alexandre Farinhote, da Secret Spots, explica que José Luís Santos, diretor do Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros, e Helena Sant’Ovaia, diretora do Instituto Geofísico, queriam abrir os espaços ao público pelo interesse científico que ambos têm. Os equipamentos visitáveis, o Círculo Meridiano de Espelho, no primeiro, e a estação sísmica, no segundo, estão ambos a funcionar, mas só são utilizados para fins educativos.

Instituto Geofísico. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

O Círculo Meridiano de Espelho é um de três existentes no mundo e foi utilizado dos anos 1950 aos anos 70 para observações que permitiam uma precisa contagem do tempo. Num vídeo de apoio à visita, percebe-se como a humanidade ao longo da História encontrou estratégias para contar essa passagem do tempo.

A estação sísmica está instalada perto do edifício principal do Instituto Geofísico. O instituto foi fundado em 1833 e na altura batizado com o nome de Princesa D. Amélia, sendo um dos mais antigos do país. A estação sísmica foi só aberta na década de 1960 para fazer parte de uma rede internacional de 125 centros espalhados pelo planeta, patrocinada pelos EUA. Estes queriam ter uma rede para perceber como funcionam os sismos mundialmente, mas havia outro objetivo velado: saber onde a União Soviética estava a fazer os seus ensaios nucleares. Estas e outras histórias para descobrir em duas apelativas visitas.

Um telescópio raro

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Além do Círculo Meridiano de Espelho no Monte da Virgem, existem apenas mais dois: um em Otava, Canadá, outro em São Petersburgo, na Rússia. O português foi projetado pelo professor e engenheiro Manuel de Barros e inaugurado em 1957. Permitia observar a passagem de uma estrela, relacionando as suas coordenadas equatoriais com o padrão de tempo local. Ficou obsoleto com o aparecimento dos relógios atómicos e é hoje utilizado para fins educativos.

Um conto da Guerra Fria

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Depois da II Guerra Mundial, o mundo dividiu-se em duas esferas de influência, uma sob a batuta dos Estados Unidos, outra da União Soviética. Começou então a Guerra Fria e a corrida às armas nucleares. Em 1963, os testes nucleares à superfície da terra e debaixo de água foram proibidos, sendo apenas permitidos os subterrâneos. Os EUA criaram uma rede internacional de estações sísmicas, também para saber onde a potência rival fazia testes. Em Gaia, há várias referências à história da Guerra Fria e aos ensaios nucleares, como máscaras e notícias de jornais.

Vistas sobre o Porto

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Do jardim dos Instituto Geofísico da Universidade do Porto, instalado na Serra do Pilar, tem-se uma vista privilegiada sobre o Porto. Daqui, é possível ver três das cinco pontes que unem a Invicta e Vila Nova de Gaia: da Arrábida, Luís I e do Infante.

Morada
Alameda do Monte da Virgem, Vila Nova de Gaia
Horário
Visitas aos sábados, às 15h e às 16h30.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245
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Morada
Rua de Rodrigues de Freitas, Vila Nova de Gaia
Horário
Visitas aos sábados, às 15h e às 16h30.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245
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