Loja de Coimbra puxa pelas nossas memórias (e tem kits quarentena)

Cátia Melo diz que todas as pessoas têm uma história para contar, quando tocam nas peças da Coola Boola. Fotografia: Maria João Gala/GI
A loja de design retro e vintage do CoolaBoola Colab, na Baixa, está de portas fechadas, mas continua a vender online. Há cerveja artesanal, roupa, gira-discos e até kits quarentena, para que não falte nada em casa: do barbecue às festas das crianças.

Pedro Serra e Cátia Melo são o casal por detrás do CoolaBoola Colab, que abriu, há menos de um ano, na Praça do Comércio. O mesmo edifício que albergou o Hotel Commercio e outros negócios memoráveis da Baixa acolhe agora este projeto multifacetado: funciona como loja, bar de cervejas artesanais, restaurante e rooftop, além de barbearia e espaço de tatuagens, fruto de parcerias – daí o nome Colab. A pandemia obrigou ao fecho temporário de portas, mas a loja online continua ativa, e tem novidades: os kits quarentena.

Fotografia: Maria João Gala/GI

São muito diversificados, os “kits 40ena” da CoolaBoola (termo que, nos Estados Unidos, designava algo espetacular e único). Há o kit barbecue, com grelhador portátil, para fazer patuscadas em família, na varanda ou no jardim; o kit cocktails, para criar bebidas em casa com ingredientes e ferramentas apropriados, dos xaropes e limas ao shaker; o kit festas de crianças, que inclui bandeirolas, jogos e brinquedos; ou o kit de beleza e saúde, composto por produtos da marca Benamôr, que a pele bem pode ressentir-se de tanta lavagem e desinfeção.

A oferta engloba algum new old stock, ou seja, artigos de fábrica ou que estiveram em loja, mas não chegaram a ser usados. Como provam as folhas de um jornal espanhol 1975 encontradas dentro de umas chuteiras.

O design retro e vintage é a grande aposta desta concept store, que tanto vende telefones coloridos e gira-discos como utensílios para desfazer a barba ou vestuário com história, para homem e mulher. Há vestidos, calças, casacos, sapatos e carteiras modernos, mas inspirados num estilo vintage e clássico. Por exemplo, peças das marcas Collectif Vintage London e Freddies of Pinewood, que remetem para as décadas de 1930 a 1960. A oferta engloba ainda algum new old stock, ou seja, artigos de fábrica ou que estiveram em loja, mas não chegaram a ser usados. As folhas de um jornal espanhol 1975 dentro de umas chuteiras provam isso mesmo.

Fotografia: Maria João Gala/GI

Está tudo alinhado com os interesses de Pedro e Cátia, que cultivam uma estética mid-century. Ele era engenheiro civil, ela antropóloga. Conheceram-se em Coimbra, tinham gostos parecidos e começaram logo a pensar neste projeto, mescla dos seus mundos. Sentiam falta de um espaço assim, onde pudessem comprar uma prenda ou ter uma experiência mais emocional, a puxar pelas memórias, pela nostalgia. “As pessoas gostam de tocar nas peças, e toda a gente tem uma história para contar”, diz Cátia.

Fotografia: Maria João Gala/GI

“A nossa missão é dinamizar a Baixa”, completa Pedro, que também é músico (responde pelo nome Portuguese Pedro) e responsável pelo Café Académico. Quando o isolamento for quebrado, continuará a bater-se para levar mais gente à Praça do Comércio, “a praça mais bonita de Coimbra”.

A vista do rooftop, para conhecer quando o isolamento social chegar ao fim.
Fotografia: Maria João Gala/GI

Cerveja artesanal: das provas ao fabrico doméstico

No rés-do-chão do CoolaBoola Colab há um bar dedicado às cervejas artesanais e uma loja com diversas opções, em garrafa e em lata. Muitas delas são portuguesas, e mesmo regionais. Não faltam as cervejas da marca Praxis, de Coimbra, incluindo uma que leva o nome artístico de Pedro Serra: Portuguese Pedro. Enquanto as portas estiverem encerradas, as cervejas são enviadas para casa e até fazem parte de alguns kits quarentena, que convidam ao seu fabrico e degustação no lar.

Fotografia: Maria João Gala/GI

Eventos culturais

Os eventos e experiências são uma aposta do Coola Boola Colab, que conta realizar espetáculos de música, poesia ou teatro, em breve, via Facebook e Instagram. O objetivo é animar quem está em casa e ajudar os artistas, através de donativos.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 




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