Apanha da azeitona: em Beja, o azeite explica-se no olival, no lagar e à mesa

A apanha da azeitona no Vila Galé Clube de Campo. (Foto: Reinaldo Rodrigues/GI)
A cada sábado de novembro, o azeite é rei e senhor no Vila Galé Clube de Campo, perto de Beja. A nova experiência de olivoturismo descortina o mundo do azeite em todas as suas fases, da apanha da azeitona no olival da herdade ao tratamento no recente lagar, sem esquecer as provas e a sua presença à mesa, em casamento com o receituário alentejano.

No Baixo Alentejo, esta ampla herdade com duas décadas estende-se ao longo de 1620 hectares, entre cenários de vinha, olival e pomar. Na verdade, “são 1620 formas de passar bem o tempo”, explica Tomás Pires, diretor do Vila Galé Clube de Campo, o quatro estrelas rural situado às portas de Beja, que acaba de juntar um novo motivo para uma visita. Em plena época de apanha da azeitona, trata-se de uma nova experiência que pretende dar palco ao olivoturismo, dando a conhecer a hóspedes e visitantes em geral todos os processos da produção dos seus azeites Santa Vitória, do olival até ao prato.

Uma consequência natural da aposta da casa neste produto, que já é trabalhado há década e meia, mas que foi fortificada há dois anos, com a construção de um lagar dentro da herdade, possibilitando a produção de azeite por completo entre portas. O resultado final prova-se nas unidades hoteleiras Vila Galé e pelos supermercados de norte a sul, tanto nos azeites extra virgem de gama Gourmet e Premium, como nas novas referências que se juntam ao lote: os azeites aromatizados com tomilho, alecrim, pimenta e malagueta.

Às portas de Beja, o Vila Galé Clube de Campo conta com um olival de 200 hectares. (Fotografias: Reinaldo Rodrigues/GI)

Os azeites Santa Vitória é produzido a partir de sete variedades de azeitonas.

O hotel rural de quatro estrelas nasceu há duas décadas.

Durante todos os sábados de novembro, a experiência da apanha da azeitona ocupa metade de um dia e inclui vários momentos, na companhia de Tomás Jonatas, o responsável agrícola. A manhã começa com um passeio em trator pela herdade, rumo a duas zonas de olival, em copa e em sebe, que se distinguem pela densidade de plantação. Pelo caminho, passa-se pelas vinhas da casa, a barragem do Roxo, pequenos lagos com patos e gansos, pomares de Pêra Rocha, pessegueiros, ameixeiras e até uma capela que se encontrava em ruínas e que foi restaurada.

No olival, aprende-se sobre os diferentes métodos da apanha da azeitona, ora mais tradicionais, ora mais modernizados e mecânicos, do uso manual de varas e varejadoras à maquinaria. A azeitona que vai caindo da árvore nos panos estendidos no chão segue depois para o lagar, onde prossegue a visita. É aqui que se aprofunda o conhecimento dos processos que envolve a produção de azeite, da limpeza da azeitona e recolha de ramos e folhas, à trituração, extração e armazenamento de azeite, sem esquecer a degustação onde se descortinam algumas variedades de azeite. O mesmo que já totaliza uma produção anual de 200 mil litros.

A experiência leva curiosos a ver de perto e experimentar a apanha da azeitona, com uso de métodos mecânicos e manuais.

Na herdade, existe olival em sebe e em copa (a diferença está na densidade de plantação), que é tratado na apanha da azeitona de forma diferente.

O momento final, claro está, acontece à mesa, dentro do próprio lagar, com um workshop e um almoço dedicado ao receituário da cozinha alentejana e com recurso ao azeite acabado de extrair. É aqui que se podem provar pratos e petiscos como tibornas, bacalhau assado em migas gatas ou o pudim de azeite, pelas mãos do chef Romão Reis ou do sous-chef Marco Flores, os mesmos que lideram a cozinha do Pavilhão de Casa, restaurante do Vila Galé Clube de Campo, onde cabem propostas como açorda alentejana, sopas de cação, secretos de porco-preto grelhados, bochechas de porco assadas em vinho tinto da casa ou a clássica sericaia com ameixa d’Elvas.

A nova experiência de olivoturismo do Vila Galé Clube de Campo acontece durante todos os sábados de novembro.

As várias fases da produção de azeite no lagar da herdade também fazem parte do programa.

A nova experiência de olivoturismo tem o custo de 40 euros por pessoa e pode prolongar-se até dezembro, dependendo dos timings da apanha da azeitona e do tempo. Além desta atividade, há um sem-fim de formas para aproveitar o dia na herdade, que soma duas piscinas exteriores, parque infantil, mais de 80 quartos (duplos e familiares) e ainda casas onde cabem até oito pessoas. Caso do tiro ao arco para crianças, passeios de bicicleta, provas de vinhos, visitas à adega Santa Vitória e passeios a cavalo ou burro no picadeiro da herdade, pensados para graúdos e miúdos. Ainda sobre os mais novos, importa referir que um dos próximos projetos passa pela construção de um novo hotel na herdade, focado nas crianças.

O azeite acabado de extrair é depois usado e provado em pratos do receituário tradicional alentejano.

O chef Romão Reis lidera os workshops de cozinha alentejana com uso do azeite recém-extraído.

Passeios a cavalo, mergulhos nas piscinas ao ar livre, tiro ao arco, provas de vinhos e visitas à adega são algumas das atividades que se fazem na propriedade.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Herdade da Figueirinha, Santa Vitória, Beja
Telefone
284 970 100
Horário
Experiência de apanha da azeitona todos os sábados, em novembro.
Custo
() Experiência de apanha da azeitona a 40 euros.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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