No Baixo Alentejo, esta ampla herdade com duas décadas estende-se ao longo de 1620 hectares, entre cenários de vinha, olival e pomar. Na verdade, “são 1620 formas de passar bem o tempo”, explica Tomás Pires, diretor do Vila Galé Clube de Campo, o quatro estrelas rural situado às portas de Beja, que acaba de juntar um novo motivo para uma visita. Em plena época de apanha da azeitona, trata-se de uma nova experiência que pretende dar palco ao olivoturismo, dando a conhecer a hóspedes e visitantes em geral todos os processos da produção dos seus azeites Santa Vitória, do olival até ao prato.
Uma consequência natural da aposta da casa neste produto, que já é trabalhado há década e meia, mas que foi fortificada há dois anos, com a construção de um lagar dentro da herdade, possibilitando a produção de azeite por completo entre portas. O resultado final prova-se nas unidades hoteleiras Vila Galé e pelos supermercados de norte a sul, tanto nos azeites extra virgem de gama Gourmet e Premium, como nas novas referências que se juntam ao lote: os azeites aromatizados com tomilho, alecrim, pimenta e malagueta.
Durante todos os sábados de novembro, a experiência da apanha da azeitona ocupa metade de um dia e inclui vários momentos, na companhia de Tomás Jonatas, o responsável agrícola. A manhã começa com um passeio em trator pela herdade, rumo a duas zonas de olival, em copa e em sebe, que se distinguem pela densidade de plantação. Pelo caminho, passa-se pelas vinhas da casa, a barragem do Roxo, pequenos lagos com patos e gansos, pomares de Pêra Rocha, pessegueiros, ameixeiras e até uma capela que se encontrava em ruínas e que foi restaurada.
No olival, aprende-se sobre os diferentes métodos da apanha da azeitona, ora mais tradicionais, ora mais modernizados e mecânicos, do uso manual de varas e varejadoras à maquinaria. A azeitona que vai caindo da árvore nos panos estendidos no chão segue depois para o lagar, onde prossegue a visita. É aqui que se aprofunda o conhecimento dos processos que envolve a produção de azeite, da limpeza da azeitona e recolha de ramos e folhas, à trituração, extração e armazenamento de azeite, sem esquecer a degustação onde se descortinam algumas variedades de azeite. O mesmo que já totaliza uma produção anual de 200 mil litros.
O momento final, claro está, acontece à mesa, dentro do próprio lagar, com um workshop e um almoço dedicado ao receituário da cozinha alentejana e com recurso ao azeite acabado de extrair. É aqui que se podem provar pratos e petiscos como tibornas, bacalhau assado em migas gatas ou o pudim de azeite, pelas mãos do chef Romão Reis ou do sous-chef Marco Flores, os mesmos que lideram a cozinha do Pavilhão de Casa, restaurante do Vila Galé Clube de Campo, onde cabem propostas como açorda alentejana, sopas de cação, secretos de porco-preto grelhados, bochechas de porco assadas em vinho tinto da casa ou a clássica sericaia com ameixa d’Elvas.
A nova experiência de olivoturismo tem o custo de 40 euros por pessoa e pode prolongar-se até dezembro, dependendo dos timings da apanha da azeitona e do tempo. Além desta atividade, há um sem-fim de formas para aproveitar o dia na herdade, que soma duas piscinas exteriores, parque infantil, mais de 80 quartos (duplos e familiares) e ainda casas onde cabem até oito pessoas. Caso do tiro ao arco para crianças, passeios de bicicleta, provas de vinhos, visitas à adega Santa Vitória e passeios a cavalo ou burro no picadeiro da herdade, pensados para graúdos e miúdos. Ainda sobre os mais novos, importa referir que um dos próximos projetos passa pela construção de um novo hotel na herdade, focado nas crianças.
Longitude : -8.2245